Durante a primeira semana de novembro, que é o Mês de Consciencialização da Epilepsia nos Estados Unidos, alguém lançou um ciberataque, cujos alvos eram utilizadores do Twitter com epilepsia.
O nosso corpo usa sinais elétricos para enviar informação de célula para célula. Porém, um aumento inesperado de atividade elétrica pode causar uma convulsão, que podem levar a espasmos, dificuldade em respirar, perda de consciência ou até morte.
A epilepsia é uma doença caracterizada por convulsões repetidas. Afeta aproximadamente 3,5 milhões de pessoas nos Estados Unidos e cerca de 3% – mais de 100 mil – têm epilepsia fotossensível, o que significa que estímulos visuais, como luzes estroboscópicas, podem provocar convulsões.
Em novembro, alguém que ainda não foi identificado, partilhou imagens de luzes a piscar no Twitter e marcou as publicações com o identificador e hashtags da Epilepsy Foundation. Pensa-se que o objetivo seria desencadear convulsões no maior número possível dos 33.300 seguidores da fundação.
De acordo com um comunicado da Epilepsy Foundation, a associação já fez uma queixa junto das autoridades policiais, estando agora a tentar encontrar a pessoa ou pessoas responsáveis pelos 30 ataques relatados.
“O Twitter é um dos maiores locais de reunião pública que existe hoje”, disse Allison Nichol, diretora de advocacia da Epilepsy Foundation, no comunicado. “Estes ataques não são diferentes de uma pessoa que leva uma luz estroboscópica para uma convenção de pessoas com epilepsia e convulsões, com a intenção de as induzir e causar danos significativos aos participantes”.
Além de ainda não ser quem é o responsável pelo ataque, a polícia também não sabe qual foi a sua motivação. Porém, acredita que deverá ser alguém que, por alguma razão, tem algo contra as pessoas com epilepsia.
Não é a primeira vez que alguém usa o Twitter para tentar desencadear convulsões, de acordo com o Futurism. Em 2016, o jornalista Kurt Eichenwald, que tem epilepsia, abriu uma mensagem no Twitter que tinha um GIF de uma luz estroboscópica e a mensagem “Você merece uma convulsão pelas suas publicações”. Posteriormente, teve uma convulsão de oito minutos.
Três meses depois, o FBI deteve um homem chamado John Rayne Rivello e acusou-o do crime. A motivação de Rivello seria o facto de não concordar com as críticas de Eichenwald ao então candidato presidencial Donald Trump.