Mais de dois milénios depois de terem inventado o papel, os chineses dizem agora ter aperfeiçoado a sua criação, tornando-a resistente à água e ao fogo.
Investigadores do Instituto de Cerâmica de Xangai, na China, estão a registar a patente de um papel à prova de água e de fogo.
Em causa está a possibilidade de este material poder ser lavado sem que o que esteja escrito seja danificado e de pode suportar temperaturas de mais de 200°C.
A equipa começou a desenvolver este trabalho em 2008 e, em 2014, publicou o seu primeiro estudo sobre o novo material no Journal of the American Chemical Society.
Zhu Yingjie, um dos responsáveis pelo projeto, disse que, embora já existam papéis que possam resistir a estes elementos, nenhum deles agrupa as duas características em simultâneo.
De acordo com os inventores, o novo papel é capaz de repelir não apenas água, mas também outros líquidos como café, sumos ou chás.
Para que o papel consiga resistir tanto ao fogo como à água, a equipa adicionou hidroxiapatita – formada por fosfato de cálcio – à mistura que o produz. Este elemento, que pode ser encontrado no esmalte dos dentes e nos ossos dos animais, é essencial para a resistência do produto.
Graças à mistura entre o papel e hidroxiapatite, a estrutura do material muda e dá-lhe propriedades que permitem repelir os elementos naturais. Esse tipo de papel pode, por exemplo, ajudar a preservar documentos importantes durante tragédias naturais.
“O papel será útil para preservar documentos importantes durante séculos, porque não precisaremos de nos preocupar se será destruído pelo fogo ou água”, explica Yingjie.
O investigador acredita que esta invenção será benéfica para muitos setores. “Acreditamos que haverá diversos tipos de utilização, desde a sua utilização para a caligrafia até a aplicação em outdoors”.
A previsão é que o produto possa entrar no mercado nos próximos três anos.
ZAP // BBC