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China cria sistema de navegação por satélite e dá mais um passo na guerra com EUA

(dv) USFK / 8TH US ARMY

A China está a comemorar a conclusão do seu Sistema de Navegação por Satélite BeiDou, que pode rivalizar com o Sistema de Posicionamento Global (GPS) dos Estados Unidos (EUA) e aumentar a segurança e influência geopolítica do país.

O Presidente chinês e líder do Partido Comunista e das forças armadas, Xi Jinping, conferiu oficialmente o sistema esta sexta-feira, durante uma cerimónia no Grande Palácio do Povo, em Pequim, noticiou a agência Lusa.

A cerimónia ocorreu após a confirmação de que o 55.º e último satélite geoestacionário da constelação do Beidou, lançado em 23 de junho, começou a operar após a conclusão de todos os testes. Este completou a rede de 35 dispositivos de terceira geração (BDS-3) do sistema Beidou, lançado em 2015 para oferecer cobertura de posicionamento global.

Além de constituir um auxílio à navegação, com um grau extremamente alto de precisão, o sistema oferece comunicação de mensagens curtas, até 1.200 carateres chineses, e a capacidade de transmitir imagens.

Enquanto a China afirma que deseja cooperar com outros sistemas de navegação por satélite, o Beidou pode finalmente competir contra o GPS, o GLONASS, da Rússia, e as redes Galileo, da União Europeia (UE).

Entre as principais vantagens para a China está a capacidade de substituir o GPS para guiar os seus mísseis, especialmente importante numa altura de crescentes tensões entre Pequim e Washington.

O sistema também aumenta a influência económica e política da China sobre os países que o adotem, garantindo que estes alinham com a posição da China em Taiwan, no Tibete ou no Mar do Sul da China, e em outras reivindicações territoriais e disputas geopolíticas.

O programa espacial da China evoluiu rapidamente, desde que se tornou o terceiro país a realizar uma missão tripulada, em 2003. Este mês, lançou uma sonda orbital e um robô para Marte. Se for bem-sucedido, tornar-se-á o único, além dos EUA, a aterrar um robô naquele planeta.

O país construiu igualmente uma estação espacial experimental e enviou um par de veículos espaciais para a superfície da lua. Os planos futuros exigem uma estação espacial permanente em pleno funcionamento e um possível voo tripulado para a lua.

O programa sofreu alguns contratempos, incluindo falhas de lançamento, e teve uma cooperação limitada com outros países, em parte por causa das objeções dos EUA, devido à estreita ligação deste com as forças armadas chinesas.

A sua conceção começou na década de 1990, quando os militares chineses procuraram reduzir a sua dependência face ao GPS, promovido inicialmente pelo Pentágono. O investimento estimado da China no projeto ultrapassa os 10 mil milhões de dólares (aproximadamente 8.400 mil milhões euros).

Vários especialistas dos EUA reconheceram que o sistema de Pequim, tendo sido projetado algumas décadas após o norte-americano, aprendeu com a experiência deste e melhorou a precisão da geolocalização.

De acordo com a imprensa estatal chinesa, o Beidou já foi exportado para quase 120 países para serviços como prevenção e gestão de catástrofes ou observação e controlo do tráfego em portos e estradas.

// Lusa

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