O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu fornecer este ano dois mil milhões de doses de vacinas ao resto do mundo, consolidando a posição do país como o maior exportador global de inoculações contra a covid-19.
O anúncio de Xi foi feito durante o Fórum Internacional de Cooperação para as Vacinas Contra a Covid-19, organizado pela China e realizado ‘online’.
Este número incluirá as 770 milhões de doses que a China já doou ou exportou desde setembro do ano passado.
A maioria das vacinas chinesas foi exportada por meio de acordos bilaterais. Não é claro se este número também inclui os acordos com o mecanismo COVAX, das Nações Unidas, onde dois fabricantes chineses de vacinas se comprometeram a fornecer até 550 milhões de doses.
Xi prometeu ainda doar 100 milhões de dólares para este programa, que visa distribuir vacinas para países de baixa e média renda, disse a agência noticiosa oficial Xinhua.
A distribuição das vacinas tem sido desigual, já que os países ricos agora consideram a aplicação de vacinas de reforço para os seus cidadãos e as nações mais pobres lutam para obter vacinas suficientes para a primeira dose.
“Mais de 4 mil milhões de vacinas foram administradas globalmente, mas mais de 75% foram para apenas 10 países”, disse e Diretor Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante o fórum.
Centenas de milhões de vacinas chinesas, a grande maioria desenvolvidas pelas farmacêuticas Sinopharm e Sinovac, foram administradas em vários países em todo o mundo.
No entanto, as vacinas têm sido acompanhadas de questões sobre a sua eficácia, sobretudo à medida que a variante Delta, altamente transmissível, se alastrou, provocando novo aumento no número de mortes por covid-19.
Na Indonésia, que utilizou a vacina da Sinovac, o governo disse que está a planear reforços para os profissionais de saúde, usando algumas das doses da inoculação desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Moderna, após relatos de que alguns dos profissionais de saúde que morreram desde junho receberam a vacina chinesa.
O acesso às vacinas foi também dominado pela geopolítica.
A China foi acusada de usar vacinas para aumentar a sua influência. Em junho, diplomatas ucranianos disseram que Pequim ameaçou suspender o fornecimento de vacinas para pressionar a Ucrânia a retirar-se de uma declaração que pedia mais escrutínio sobre como a China trata as minorias étnicas e religiosas na região de Xinjiang.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, apontou que as doações norte-americanas serão feitas “sem pressão por favores ou concessões”.
A Casa Branca disse na terça-feira que os EUA doaram 110 milhões de doses, a maioria das quais por meio da COVAX.
O Japão também aumentou as suas doações na região, prometendo 30 milhões de doses da vacina por meio da COVAX e outros canais. Tóquio também doou vários milhões de vacinas por meio de acordos bilaterais.
// Lusa