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Chile vai às urnas nas eleições mais disputadas desde o regresso à democracia

A candidata favorita a presidente do Chile, a socialista e ex-presidente Michelle Bachelet (foto: Alex Proimos / wikimedia)

A candidata favorita a presidente do Chile, a socialista e ex-presidente Michelle Bachelet (foto: Alex Proimos / wikimedia)

As eleições presidenciais deste domingo no Chile serão as mais disputadas desde o retorno à democracia, há 24 anos. Nunca houve tantos candidatos (são nove), nem tantas mulheres (são três as candidatas).

Apesar de todas as pesquisas de opinião indicarem que a socialista Michelle Bachelet, presidente entre 2006 e 2010, será a vitoriosa, conquistando um segundo mandato presidencial de quatro anos, existem muitas dúvidas em relação ao futuro: desde os protestos estudantis de 2011, os chilenos mostraram que querem mudanças mais profundas, além da estabilidade política e económica, conquistada nas últimas duas décadas.

Segundo o analista político Ernesto Ottone, em entrevista à Agência Brasil, o Chile recuperou a democracia, promoveu o crescimento económico e reduziu drasticamente a pobreza. Não há inflação e o desemprego é baixo. Mas ainda é um país com altos índices de desigualdade social e a classe média tem agora tem mais expectativas.

Um dos temas principais da campanha é a reforma educacional. No Chile, todas as universidades são pagas e caras. Os estudantes pedem educação gratuita e de qualidade para todos. Atualmente, quem quer ter uma carreira universitária e não tem dinheiro precisa de pedir crédito, o qual leva dez anos a ser pago.

Outros temas da campanha são a estatização da água e do cobre, ambos privatizados na ditadura militar, a reforma tributária e a reforma da Constituição.

Uma das incógnitas destas eleições diz respeito a quantos dos 12 milhões de chilenos em idade de votar irão às urnas. Pela primeira vez, o voto é opcional. Além de presidente (no Chile não há vice), os chilenos escolherão deputados federais e senadores.

Michelle Bachelet dedicou boa parte de sua campanha a convencer os chilenos a votarem. Bachelet pode ter a vitória assegurada, mas precisa de conseguir o maior número possível de votos no Congresso, se quiser cumprir as promessas feitas.

ZAP/ABr

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