O Chile produz tanta energia solar que já é grátis para a população

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David Dodge / Green Energy Futures / Flickr

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A indústria solar do Chile está a expandir-se de forma tão acelerada que está a gerar eletricidade suficiente para que os seus habitantes não tenham de pagar nada.

Só em abril, o país conseguiu fornecer eletricidade a custo zero em algumas regiões durante 113 dias seguidos, número que está a caminho de superar o total do ano passado (192 dias).

Embora este fenómeno pareça um grande motivo de felicidade para os consumidores, é uma péssima notícia para as usinas de energia, que têm dificuldade em gerar receitas, e para as empresas que procuram financiar novos parques.

A crescente procura por eletricidade do Chile, impulsionada pela expansão da produção das minas e pelo crescimento económico, ajudou a estimular o desenvolvimento de 29 parques solares. Outros 15 estão nos planos a curto prazo.

A pior situação acontece na região norte do país, mais precisamente no deserto do Atacama, uma região sujeita a exposição solar muito prolongada e intensa.

Um dos principais problemas é o facto do país possuir duas redes de energia principais, esta do norte e uma mais a sul, que não têm conexão entre si. Existem também áreas dentro das redes que não possuem uma capacidade de transmissão adequada.

Graças a esta ausência de ligação entre as centrais, a energia elétrica produzida não pode ser distribuída de forma equilibrada por todo o país e, por isso, tem de ser distribuída de forma gratuita.

“Os investidores estão a perder dinheiro” explicou à Bloomberg Rafael Mateo, CEO da unidade de energia da Acciona.

Neste momento, a empresa de Mateo está a investir 343 milhões de dólares num projeto de 247 megawatts na região, que será um dos maiores na América Latina.

O crescimento foi desordenado. Não se pode ter tantas empresas no mesmo lugar”, lamenta.

O governo chileno já se comprometeu a tentar corrigir este problema, tendo planos para construir uma linha de transmissão de três mil quilómetros para ligar as duas redes até 2017.

Além disso, está a desenvolver uma linha de 753 quilómetros para resolver o congestionamento nas partes norte da rede central, região na qual os excedentes de energia estão a levar os preços a zero.

ZAP / Eco D

3 Comments

  1. É de borla graças à má organização do sistema de distribuição do país no entanto mesmo assim continuam a investir o que será bom, quanto ás usinas em português são fábricas!.

  2. Em Portugal também se poderia conseguir este feito mas certamente não interessa aos lóbis da eletricidade não é? Assim PAGA LORPA senão não se pode pagar quantias astronómicas aos chamados “gestores” da EDP. Acaba a mama!!…

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