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Chelsea Manning vai regressar à prisão por recusar falar sobre Assange. “Prefiro morrer de fome”

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xychelsea87 / Instagram

O novo “eu” de Chelsea Manning, ex-militar responsável por passar documentos à Wikileaks

Um juiz federal norte-americano ordenou o regresso à prisão da antiga analista militar Chelsea Manning, por “entrave à boa marcha da justiça”, por se recusar a responder a questões sobre o fundador da Wikileaks, Julian Assange.

Este ícone das pessoas transgénero, que já passou sete anos atrás das grades por ter transmitido uma quantidade colossal de informações militares e diplomáticas à Wikileaks em 2010, “foi detida” depois à saída de uma audiência de um tribunal de Alexandria, perto de Washington, declarou o porta-voz dos seus advogados, Andrew Stepanian, à AFP.

Em tribunal, Manning disse ao juiz que “preferia morrer de fome a mudar as [suas] opiniões a esse respeito”, segundo noticia o jornal The Washington Post.

De acordo com o Post Manning permanecerá sob custódia até concordar testemunhar ou ou até que o mandato do grande júri expire ao fim de um ano e meio. “Não há nada de desonroso em cumprir a sua responsabilidade como cidadã americana”, disse-lhe o juiz.

O juiz Anthony Trenga acrescentou que Manning incorreria numa multa diária de 500 dólares, se continuasse a recusar cooperar ao fim de 30 dias de detenção e de mil dólares por dia, depois de 60 dias de detenção. Chelsea Manning já passou sete anos detida por ter transmitido à Wikileaks em 2010 mais de 750 mil documentos diplomáticos e militares, cuja publicação colocou os EUA em situações embaraçosas.

A antiga militar tinha sido reenviada para a prisão em 8 de março, por se ter recusado a testemunhar perante um grande júri, constituído para inquirir sobre Julian Assange, denunciando um procedimento “opaco” e pouco democrático.

Instrumento-chave da justiça nos Estados Unidos, o grande júri é usado nos casos penais mais sérios e para conduzir uma investigação na maior confidencialidade.

Chelsea Manning tinha sido libertada há uma semana por uma questão técnica: o grande júri que desejava ouvi-la tinha acabado o seu prazo. Mas um novo coletivo de cidadãos escolhidos ao acaso acaba de ser constituído para prosseguir o inquérito.

Na quinta-feira tornou a recusar colaborar. “Não vou renunciar aos meus princípios. Prefiro literalmente morrer de fome, do que mudar de opinião”, declarou perante o juiz Trenga.

ZAP // Lusa

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