Chelsea Manning candidata-se ao Senado

A ex-analista do exército norte-americano Chelsea Manning anunciou a sua candidatura ao Senado norte-americano através do Twitter.

Chelsea Manning passou sete anos numa prisão militar por ter participado na maior fuga de informação confidencial da história dos EUA. Cumprida parte da pena – a soldado transgénera foi condenada a 35 anos de prisão -, Chelsea Manning prepara-se para se candidatar ao Senado norte-americano pelo estado de Maryland.

Manning foi condenada por transferir um vasto arquivo de cerca de 700 mil telegramas diplomáticos, registos de guerra e vídeos do Exército para a WikiLeaks em 2010. Desde que foi presa, a soldado garantiu sempre que não manteve qualquer relação com a organização delatora para além dessa transferência de dados.

Agora, a ativista anunciou a candidatura através do Twitter, num vídeo onde a soldado transgénero, agora com 30 anos, se apresenta como uma candidata contra “o medo, a supressão e o ódio”.

“Vivemos tempos difíceis”, diz nessa mensagem em vídeo, sob a hashtag #WeGotThis. “Precisamos de mais e melhores líderes, de alguém que esteja disposto a ir à luta”.

https://twitter.com/xychelsea/status/952530736573239296

Depois de ter saído em liberdade, Manning abraçou o papel de ativista pelos direitos da comunidade LGBT e tornou-se uma celebridade entre os liberais progressistas no Twitter, onde arrecadou mais de 320 mil seguidores depois de ter passado grande parte da última década sem acesso à internet.

Manning vai então disputar a candidatura ao Senado com Ben Cardin, prestes a complletar o segundo mandato de seis anos na câmara alta do Congresso e que tem sido um dos membros da comissão de assuntos externos mais ativo nas investigações à ingerência russa nas presidenciais de 2016 que deram a vitória a Donald Trump.

A WikiLeaks desempenhou um importante papel nessa interferência, ao divulgar milhares de emails de Hillary Clinton que, segundo as agências de informação norte-americanas, foram roubados dos sistemas informáticos do Partido Democrata por hackers russos.

Mesmo que saia derrotada na corrida contra Cardin, a candidatura de Manning vem cimentar a sua reputação como uma das principais vozes da “resistência” a Donald Trump, que tem criticado repetidas vezes a ativista.

Em janeiro de 2017, quando Barack Obama perdoou a militar e ordenou a sua libertação imediata, o então Presidente eleito escreveu no Twitter: “A TRAIDORA e ingrata Chelsea Manning, que nunca deveria ter sido libertada da prisão, agora diz que o Presidente Obama é um líder fraco. Terrível!”.

ZAP //

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