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Chegar atrasado faz parte do ADN do português. “Mas pior é quem chega muito cedo!”

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Reflexões sobre o que é pior: o hábito da maioria dos portugueses ou os portugueses que são excepções?

Há quem pergunte: O atraso português – Modo de ser ou modo de estar?

A pergunta do filósofo João Maurício Brás insere-se numa perspectiva política, mas também social.

Não será novidade para nenhum leitor: o hábito em Portugal é chegar atrasado aos compromissos. Não são todos assim, mas a maioria… Até temos fama, lá fora, de sermos os atrasados do costume.

Há quem diga que faz parte de uma personalidade criativa ou do optimismo. Pensamos sempre que vai correr tudo bem: sabemos onde estão as coisas todas de que precisamos, não nos vamos esquecer de nada, vamos sair à hora prevista e o trânsito vai estar uma maravilha.

Mas não é bem assim. E, claro está, atrasamo-nos. Um estudo partilhado pelo Jornal de Negócios mostrava que 41% dos portugueses admitia chegar atrasado ao trabalho – e isto já não é de agora.

Até se pergunta no Reddit quando é que chegar atrasado passou a ser o novo normal? E não se avisa.

Chegar atrasado faz parte do ADN dos portugueses, como disse José de Pina na SIC Radical. “Há um culto de chegar atrasado”.

Para outros portugueses, chegar atrasado é um assunto que incomoda.

Há quem tenha tolerância zero para os atrasos, lembrava Mike Sample no jornal Observador.

E quem chega cedo?

Há quem tenha tolerância zero para os atrasados e… para os adiantados.

Voltando ao programa da SIC Radical, Luana do Bem admitiu que a sua geração tem um dos maiores “defeitos de gerações”: os atrasos, precisamente.

O que é pior do que chegar atrasado a um sítio? São as pessoas que chegam antes. Irritam-me solenemente”.

A apresentadora deu o exemplo: “Combinamos às 16h. A pessoa manda mensagem às 15h30 a dizer ‘Já cá estou’. Não me interessa. Se combinei às 16h, não combinei às 15h30. Ou combinar às 12h e a pessoa avisa que já chegou… às 11h15. Não preciso da pressão. A pressão é pior”.

“Uma coisa é dizeres 5 minutos antes, a avisar que chegaste. Mas 45 minutos antes!?”, pergunta Luana.

José de Pina acrescentou: “O português típico detesta quando alguém chega a horas”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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