GNR teve de controlar os ânimos exaltados: “Não são bem-vindos aqui!”. RIR aproveitou o momento no Algarve.
A campanha rumo às eleições legislativas de 18 de Maio começou – oficialmente – neste domingo. Logo a abrir, há debate televisivo entre os líderes de todos os partidos com assento parlamentar.
Mas a campanha faz-se sobretudo na estrada. André Ventura escolheu Guarda para o primeiro dia.
Num almoço com mais de 200 pessoas, o presidente do Chega recusou a ideia de Luís Montenegro, que na noite passada, disse que os políticos do Chega têm “uma atitude destrutiva” e de “nem para eles serem bons”, ao votarem contra a AD em matérias como a redução de impostos ou na imigração.
Ventura respondeu que o Chega “só é destrutivo contra uma coisa com que o senhor primeiro-ministro lida mal, é destrutivo com a corrupção, e tem tolerância zero com a corrupção”.
“O Chega não é um partido destrutivo, nem foi um partido de bota-abaixo. O Chega esteve ao lado das medidas certas quando tinha que estar, e esteve contra as medidas quando tinha que estar”, reforçou.
E avisou que não vai cantar vitória se conseguir mais do que os 50 deputados que o Chega conseguiu no ano passado. Quer mais do que isso.
Confusão no Algarve
Também na manhã deste domingo, outra comitiva do Chega, mas no Algarve, iniciou a sua campanha eleitoral.
O local escolhido foi o mercado de Moncarapacho, perto de Olhão. As imagens da RTP mostram que este primeiro momento de campanha não foi propriamente pacífico.
Nesse mercado estavam vendedores ciganos – que, quando se aperceberam que estavam a chegar elementos do Chega, colocaram-se no meio do corredor, à frente da comitiva. Não queriam a presença do Chega ali.
Elementos da Guarda Nacional Republicana (GNR) colocaram-se na parte da frente da comitiva do Chega, separando-a dos vendedores furiosos, que gritavam e gesticulavam.
“Não são bem-vindos aqui, caraças! Ladrões, ladrões!” – gritavam dois dos vendedores ciganos.
No mesmo mercado, na mesma manhã, estava lá outro partido: o Reagir Incluir Reciclar (R.I.R.). A líder Márcia Henriques aproveitou o contexto: “Temos uma voz diferente: a voz de quem pode vir à feira e não ser atacada, ao contrário de outros partidos, como já aqui aconteceu. A voz de quem faz uma vida diária normal, tem um trabalho normal, uma vida familiar e sabe verdadeiramente quais os problemas que os portugueses enfrentam”.
ZAP // Lusa