Marc Andreessen explica que inovação vai fazer nascer a próxima Apple

Blake Patterson / Flickr

9 de janeiro de 2007, 12 horas, 44 minutos e 15 segundos: Steve Jobs apresenta o iPhone ao Mundo

A certa altura tudo se torna obsoleto. E quem inventar o dispositivo ou inovação que torne os smartphones obsoletos, será a próxima Apple, diz o investidor de capital de risco e programador que em 1993 inventou o primeiro navegador de internet.

Em 2020, a Apple tornou-se a primeira empresa do mundo com uma valorização em bolsa de mais de 2 biliões de dólares — cerca de 1,68 biliões de euros.

O estrondoso sucesso da empresa fundada por Steve Jobs foi inicialmente alicerçado no lançamento, em 1984, do Apple Macintosh —  o primeiro computador que qualquer mortal podia usar em casa sem ter que tirar um MBA em informática (e ser milionário).

No entanto, seria o disruptivo lançamento do iPhone, a 29 de junho de 2007, que tornou obsoletos os telemóveis que então usávamos, que viria a catapultar a Apple para o panteão das empresas imortais.

Ou talvez não.

Os smartphones como os conhecemos “acabarão por parecer primitivos”, antevê o bilionário Marc Andreessen, entrevistado no episódio da passada sexta-feira do podcast de tecnologia TBPN.

A certa altura, tudo se torna obsoleto“, realça o empresário, investidor de capital de risco e programador norte-americano, que, em 1993, ainda estudante universitário, criou o primeiro navegador de internet, Mosaic — que viria a dar origem ao Netscape Navigator, avô do Firefox e dos seus primos todos.

A grande questão: se os smartphones vão inevitavelmente tornar-se obsoletos, o que vem a seguir ao smartphone?

“Quem descobrir a resposta a essa questão será a próxima Apple“, diz Andreessen. “Criar um produto que torne obsoleto o atual smartphone exigirá um nível de inovação que o mundo ainda não viu. Poderá demorar três anos ou duas décadas”.

Em 1993, ainda estudante universitário, o investidor de capital de risco Marc Andreessen criou o Mosaic, o primeiro navegador de internet

Já há, na verdade, empresas a trabalhar no desenvolvimento de dispositivos que não requerem ecrã, nota o Business Insider.

O cofundador da OpenAI, Sam Altman, por exemplo, está a desenvolver um dispositivo alimentado por IA que não é smartphone nem wearable.

Altman juntou-se ao antigo diretor de design da Apple Jony Ive, uma das figuras-chave por trás do iPhone, para criar um”produto revolucionário” — mas os dois executivos não revelaram até agora quaisquer detalhes acerca do seu projeto.

Entretanto, também startups de IA como a Rabbit e a Humane estão a testar dispositivos sem ecrã que funcionam como companheiros do seu smartphone — ou usam projeções em vez de ecrã.

Em dezembro do ano passado, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou ao mundo “a próxima grande plataforma informática” — que, segundo disse então, irá substituir os telemóveis: óculos inteligentes.

Se tivesse que apostar, Marc Andreessen diria que o objeto que vai dar início a uma nova era da tecnologia poderá ser baseado nos olhos, operado por voz, ou ter algum tipo de computação ambiental.

O pioneiro da internet considera que poderá até ser a própria Apple a liderar a próxima revolução na tecnologia: “provavelmente tem tempo para trabalhar nisso”, diz Andreessen.

No entanto, essa revolução pode demorar algum tempo a acontecer. “Penso que é muito provável que tenhamos um telefone durante muito tempo“, disse.

A não ser, claro, que o primeiro trilionário da História, algures no seu sótão, já tenha tido a sua ideia revolucionária…

ZAP //

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