Charlie Hebdo gera nova polémica, desta vez por causa de Aylan

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O jornal satírico francês está de novo no centro de uma polémica por causa da referência a Aylan Kurdi, o menino sírio que apareceu morto numa praia da Turquia.

As duas novas imagens do Charlie Hebdo estão a gerar alguma revolta nas redes sociais, devido à referência a Aylan Kurdi, menino sírio que apareceu morto numa praia turca.

Aquele que se tornou um símbolo dos refugiados é representado, de forma satírica como é habitual, pelo jornal francês.

Na capa, o corpo do menino de três anos está ao lado de um cartaz – com uma famosa personagem de uma cadeia de fast food americana – no qual se pode ler “Promoção! Dois menus criança pelo preço de um”.

Também está visível a mensagem “Sejam bem vindos refugiados” e logo a seguir uma frase que fica a meio: “Tão perto do objetivo…”.

Na outra imagem, uma personagem, que parece ser Jesus Cristo, anda sobre a água na qual Aylan se afundou, relembrando um dos episódios bíblicos, na qual se pode ler: “A prova de que a Europa é cristã. Os cristãos andam sobre a água. As crianças muçulmanas afundam”.

As duas imagens começaram a ser alvo de duras críticas nas redes sociais, sobretudo no Twitter.

Por outro lado, também há quem defenda a perspetiva do jornal, dizendo que estas imagens só pretendem alertar para a reação europeia face à vinda dos refugiados.

Segundo o Daily Mail, o advogado e ativista dos direitos do homem Peter Herbert anunciou que vai levar a publicação a tribunal por incitar ao ódio racial.

“O Charlie Hebdo é uma publicação puramente racista, xenófoba e ideologicamente falida”, defendeu o advogado no Twitter.

Em janeiro do ano passado, depois de terem publicado algumas capas que satirizavam o profeta Maomé, doze pessoas foram mortas num ataque à redação do jornal e outras cinco foram assassinadas nos dias seguintes.

ZAP

3 Comments

    • Não aprenderam nada? Mas acha que há alguma lição a aprender do ponto de vista editorial com um acto terrorista? Sugere auto-censura, é isso?

  1. Nos tempos que vão correndo o humor é cada vez mais um exercício difícil, arriscado e de interpretação obtusa. Deve ser incómodo. Querer interpretar à letra (o que fazemos frequentemente, porque não queremos gastar tempo a pensar) nem sempre nos conduz ao significado que se pretende alcançar. Não vi os desenhos, mas pela descrição, se formos para além do sentido literal, a mensagem que passa pode ser interpretada como crítica à forma como o ocidente, designadamente a Europa, tem tratado esta questão. Talvez andemos todos com pouca vontade de rir, sobretudo de nós próprios…

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