Caixa Geral de Depósitos em greve a 30 e 31 de dezembro

André Kosters / Lusa

O sindicato mais representativo da Caixa Geral de Depósitos, o STEC, convocou uma greve para os últimos dois dias do ano.

O Sindicato de Trabalhadores das Empresas do grupo CGD (STEC) convocou uma greve para 30 e 31 de dezembro e uma concentração para 30 de dezembro pelas 12h00, junto à sede do banco, em Lisboa, foi esta sexta-feira anunciado.

Em comunicado, o STEC afirma que “a postura da administração da CGD de total sobranceria, intransigência e desrespeito para com os trabalhadores não pode deixar ninguém indiferente”, sublinhando que o sindicato “esteve desde o início deste processo com total responsabilidade e disponibilidade para negociar, mas não pode aceitar a desconsideração reiterada da Gestão sobre os trabalhadores da CGD”.

“A proposta de aumento salarial de cerca de 0,4% é insultuosa e vergonhosa”, defende o STEC.

O sindicato refere que “a CGD entre 2020 e os primeiros nove meses de 2021 alcançou, um resultado próximo dos mil milhões de euros, os maiores lucros de toda a banca em Portugal, um valor astronómico, demonstrativo da forte solidez financeira da empresa, que possibilitou a entrega ao Estado de um dividendo extra de 300 milhões de euros!”.

“São muitos e muitos milhões que foram alcançados com o trabalho, empenho e dedicação de todos os trabalhadores, mas para a administração da CGD esse trabalho vale a miserável recompensa de 0,4% de aumento salarial”, adianta.

O STEC refere ainda que os trabalhadores da CGD estão a chegar ao final do ano sem qualquer atualização salarial e que a disponibilidade do banco público para voltar a sentar-se à mesa das negociações será apenas no final do corrente mês, mais uma vez, numa postura de desconsideração e afronta.

“A inflação prevista para 2021 é superior a 1%, com o aumento proposto pela CGD os trabalhadores continuarão a perder poder de compra, o que sucede desde 2010, dado que desde esse ano apenas ocorreram três atualizações salariais na empresa a que acresce os quatro anos de carreira (2013-2016) completamente apagados”, indica o STEC no comunicado.

O STEC refere ainda que à questão salarial se soma “a contínua deterioração e degradação das condições de trabalho, e o facto grave e perigoso da CGD não cumprir com o horário de trabalho legalmente estabelecido”.

Também acusa a administração da CGD de não pugnar pelo diálogo e pela paz social na empresa, mas “pelo contrário, ignorar os trabalhadores, praticando a política do “chicote” da exigência, tendo agido de má-fé em todo este processo negocial de atualização da tabela salarial”.

Em 7 de dezembro, o STEC convocou uma greve à prestação de trabalho suplementar entre as 00h00 de 13 de dezembro e as 24h00 de 14 de janeiro de 2022.

// Lusa

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