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Cesariana pode reduzir as possibilidades de voltar a ser mãe

As mulheres que têm o seu primeiro filho através de cesariana têm menos probabilidade de engravidar novamente, concluiu uma nova investigação levada a cabo por investigadores da Universidade Pública da Pensilvânia, nos EUA. 

“É possível que as cicatrizes pélvicas possam afetar as tentativas posteriores para engravidar”, escreveram os cientistas no novo estudo, cujos resultados foram recentemente publicados na revista científica JAMA Network.

“Também é possível que a formação de cicatrizes da ferida cirúrgica no útero, embora não se trate da área onde se fixem as gestações, possa ter efeitos persistentes no processo de implantação”, explicou a equipa na publicação.

Para chegar a esta conclusão, os cientistas acompanharam mais de 2.000 mulheres com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos durante três anos após o nascimento do primeiro filho. Nas entrevistas, a equipa pedia às mulheres que relatasse com que frequência tinha relações sexuais sem proteção, detalha a agência Europa Press.

Quase 600 destas mulheres tiveram o seu primeiro filho através de cesariana, embora estas tendessem a ser mais velhas, com excesso de peso ou até obesidade e tenham maior probabilidade de procurar tratamentos de fertilidade.

Cerca de 69% das mulheres que fizeram uma cesariana conceberam após relações sexuais desprotegidas, comparativamente com 78% das mulheres que tiveram o seu primeiro filho por via vaginal, o chamado parto normal – uma diferença de nove pontos percentuais.

De acordo com os cientistas, esta associação manteve-se mesmo depois de a equipa ter em consideração a idade materna, o índice de massa corporal antes da gravidez, o tempo até à conceção do primeiro filho, patologias associadas (diabetes ou hipertensão), hospitalização durante a gravidez e outros fatores.

“É importante que as mulheres que optam por fazer uma cesariana saibam que há uma possibilidade de que possam a vir a ter dificuldade em conceber no futuro”, alertou Richard Legro, presidente do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Centro Médico Milton S. Hershey, na Pensilvânia, que é também co-autor do estudo.

ZAP //

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