Uma cerveja feita com testículos de baleia defumados com fezes secas de ovelha. Eis uma invenção islandesa que está a suscitar a revolta dos ambientalistas que defendem as baleias.
Os grupos de conservação da baleia atiram críticas acutilantes à pequena empresa Brugghus Steojar, a criadora desta peculiar cerveja numa colaboração com a companhia baleeira islandesa Hvalur.
Para o fabrico de cada cerveja é usado um testículo inteiro de baleia que é trabalhado da “velha maneira tradicional, ou seja, “defumado com fezes secas de ovelha”, o que lhe dá “um sabor defumado único”, explica um dos responsáveis da empresa, Dagbjartur Ariliusson, em declarações ao site Beveragedaily.com.
No ano passado, a Brugghus Steojar, que nasceu apenas em 2012, lançou uma cerveja que continha farinhas de baleia, tornando-se então notícia internacional – não só pela invenção, mas pela fúria que suscitou igualmente junto dos ambientalistas.
A espécie de baleia utilizada para o fabrico da cerveja, denominada “fin”, correrá risco de extinção, incluindo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).
Citada pelo jornal The Guardian, a ambientalista Vanessa Williams-Grey, do grupo Whale and Dolphin Conservation, lamenta, que “esta é uma jogada calculada, não apenas para desonrar uma criatura linda e ameaçada, usando as partes mais íntimas do seu corpo como uma estratégia de marketing, mas também envia “dois dedos” claros à comunidade de Conservação e àqueles que amam e respeitam as baleias”.
Vanessa Williams-Grey deixa ainda um apelo àqueles que visitam a Islândia para não comprarem esta cerveja, mostrando assim aos seus criadores “o desdém que merecem”.
Mas Dagbjartur Ariliusson sustenta que, “de acordo com a pesquisa” da empresa, “a baleia “fin” do Atlântico Norte não está em risco de extinção”, conforme nota no Beveragedaily.com. Este responsável frisa ainda que a actividade de caça à baleia está “muito bem controlada pelas autoridades islandesas” e considera que as empresas de pesca do país são “muito responsáveis” e “auto-sustentáveis”.
A Islândia tinha proibido a caça à baleia em 2011, indo assim ao encontro da interdição decretada em 1986 pela Comissão Baleeira Internacional. Mas, em 2013, o país voltou a autorizar a actividade, determinando uma quota máxima de pesca de 184 baleias.
Quanto à cerveja, vai ser lançada no dia 23 de Janeiro, no Festival de Inverno que os islandeses dedicam ao Deus nórdico Thor e que é a celebração das comidas mais tradicionais do país – são exemplos o tubarão podre cru, os testículos de carneiro e a gordura azeda de baleia.
A marca vai colocar 20 mil garrafas no mercado e cada garrafa vai custar mais de três euros na Islândia. Fora do país o preço será mais caro.
SV, ZAP
Estamos tanto na súbdita cuja, que já a começamos a comer. Mas que triste sina.
Dizem que os chineses comem tudo o que mexe, estes Islandeses bebem qualquer porcaria.