Cerca de uma centena de trabalhadoras que asseguram a limpeza do Campus de Justiça não receberam o salário de Dezembro e o subsídio de Natal e a empresa a que pertenciam, do grupo Conforlimpa, não lhes dá qualquer explicação.
Adilia Soares, uma das 97 trabalhadoras credoras disse à agência Lusa que a empresa a que pertenciam perdeu este contrato de prestação de serviço de limpeza e as funcionárias foram integradas na empresa que assegura agora a limpeza do Campus de Justiça.
Mas não receberam o último mês ao serviço do grupo Conforlimpa e o subsídio de Natal.
“Estamos fartas de telefonar para a Conforlimpa mas ninguém nos diz nada e agora já nem nos atendem o telefone”, disse Adilia Soares, acrescentando que muitas das trabalhadoras estão com dificuldade de fazer face às suas despesas e não sabem o que fazer.
A nova empresa, a Interlimpa, “integrou todas as trabalhadoras que já limpavam o Campus de Justiça, mas não têm qualquer responsabilidade quanto aos salários em atraso da outra empresa”, reconheceu a trabalhadora.
A Agência Lusa contactou a Conforlimpa para tentar saber a sua versão dos factos mas os responsáveis da empresa não compareceram nas instalações ao longo da tarde.
Na segunda-feira, o Ministério Público (MP) pediu uma pena de prisão efectiva “não inferior a 10 anos” para o presidente da Conforlimpa, Armando Cardoso, acusado de associação criminosa e de fraude fiscal qualificada superior a 42 milhões de euros.
Nas alegações finais, o procurador do MP defendeu também a condenação do contabilista da empresa e da filha do empresário, assim como a dissolução das seis empresas (sociedades) arguidas, incluindo a Conforlimpa.
O advogado do empresário sustentou que estas empresas nasceram para resolver um problema, uma vez que o cliente Estado não pagava à Conforlimpa e que era “preciso uma almofada fiscal” para fazer face às despesas.
/Lusa