O diretor-geral do grupo petrolífero Addax em Genebra, Zhang Yi, e o diretor-jurídico da companhia na Suíça, Guus Klusener, foram presos neste sábado acusados de suborno e corrupção por terem pagado vários milhões de francos a funcionários estrangeiros.
O Ministério Público de Genebra abriu um procedimento penal contra ambos por subornarem agentes públicos estrangeiros e, de forma subsidiária, por gestão desleal da empresa.
Na última segunda-feira, as autoridades fizeram uma operação de busca e apreensão nos escritórios de Genebra da Addax, controlada pela estatal chinesa Sinopec.
Segundo a agência suíça “ATS”, a Deloitte tinha se negado a assinar e validar as contas da empresa em Genebra ao perceber transações duvidosas em uma declaração de dezembro do ano passado.
Esses pagamentos teriam sido efetuados por uma filial britânica da Addax, adquirida em 2009 pela Sinopec. Mais de 20 milhões de dólares em despesas jurídicas teriam sido embolsadas por advogados na Nigéria e nos Estados Unidos.
A Deloitte indicou que não pôde estabelecer claramente que serviço foi prestado em troca dos 20 milhões.
Além disso, mais de 80 milhões foram pagos a uma empresa de engenharia por trabalhos de construção na Nigéria. De acordo com a Deloitte, esse valor era elevado demais para o serviço fornecido.
Os desembolsos podem ter beneficiado membros de governos e da direção da Addax, segundo as informações que chegaram a Deloitte, que ressalta, no entanto, que as alegações não foram provadas.
A empresa de auditoria tinha alertado a Addax em março de 2016 antes de pedir uma investigação independente, mas o grupo tomou medidas para encerrar a relação contratual com a empresa.
O advogado de Zhang Yi, Saverio Lembo, indicou ao jornal suíço “Le Temps” que o seu cliente nega as acusações.
// EFE