Empresária condenada à morte por fraude de 40 mil milhões

Stringer / EPA

Truong My Lan, presidente da gigante do imobiliário VTP e acusada de fraude em fundos  durante uma década, foi condenada à morte esta quinta-feira.

Operação “Forno Ardente” chegou ao Presidente e desenterrou o maior escândalo financeiro de sempre no Vietname. Outros 13 envolvidos podem vir a receber o mesmo castigo que a magnata do imobiliário.

Um tribunal vietnamita condenou esta quinta-feira a presidente de uma empresa imobiliária à pena de morte num caso de fraude que totalizou 40 mil milhões de euros, o maior escândalo financeiro de sempre no país.

As ações de Truong My Lan — presidente do gigante do imobiliário Van Thinh Phat (VTP) e acusada de fraudar fundos do Saigon Commercial Bank (SCB) durante uma década — “corromperam a confiança das pessoas na liderança do Partido [Comunista] e do Estado”, afirmou o júri, segundo os meios de comunicação locais, durante o julgamento realizado na cidade de Ho Chi Minh (sul).

O veredito exige que a magnata devolva 27 mil dos 44 milhões milhões de dólares, uma quantia que os procuradores acreditam que pode nunca ser recuperada, avança a BBC. Alguns acreditam que a pena de morte é a forma de o tribunal tentar encorajá-la a devolver alguns dos milhares de milhões desaparecidos.

85 réus foram julgados a par de Lan, que nega as acusações. 13 deles podem vir a ser condenadas à pena de morte.

A prisão de Lan, em outubro de 2022, foi uma das mais notórias de uma campanha anticorrupção em curso no Vietname, que se intensificou desde 2022. A chamada operação “Forno Ardente” atingiu os mais altos escalões da política vietnamita.

O presidente vietnamita Vo Van Thuong renunciou em março após ser implicado nas investigações anticorrupção.

A VTP estava entre as empresas imobiliárias mais ricas do Vietname, com projetos que incluíam edifícios residenciais de luxo, escritórios, hotéis e centros comerciais.

Segundo alguns analistas, a escala da fraude levanta questões em relação a outros bancos ou empresas que poderiam ter cometido erros semelhantes, prejudicando as perspetivas económicas do Vietname e deixando os investidores estrangeiros nervosos, quando o país estava a tentar posicionar-se como o local ideal para as empresas que pretendiam dinamizar os seus negócios fora das cadeias de abastecimento da China.

O setor imobiliário no Vietname foi particularmente atingido em todo esse processo: cerca de 1.300 empresas imobiliárias retiraram-se do mercado em 2023, os promotores têm oferecido descontos e ouro como presentes para atrair compradores, e apesar dos alugueres de lojas terem caído um terço na Cidade de Ho Chi, muitos locais no centro da cidade ainda estão vazios, segundo os meios de comunicação locais.

Em novembro, o secretário-geral do Partido Comunista, Nguyen Phu Trong, o principal político do Vietname, disse que a luta anticorrupção iria “continuar a longo prazo”.

ZAP // Lusa

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