Centro-esquerda vence eleições regionais no Chile e conquista capital

Martin Bernetti / AFP

O centro-esquerda chileno foi o grande vencedor da segunda volta das eleições regionais de domingo, conquistando a maioria dos cargos de governador, incluindo o de Santiago do Chile, quando estão contados 99,9% dos votos.

A coligação progressista Unidade Constituinte (UC) conquistou o poder na capital, onde o candidato Claudio Orrego, militante dos Democratas-Cristãos (DC), venceu com 52,7% dos votos. A UC conquistou 10 das 16 regiões do país, oito das quais obtidas na segunda volta e duas na primeira.

É a primeira vez na história que o Chile elege as suas autoridades intermédias, anteriormente nomeadas pelo governo. A ida às urnas foi, portanto, considerada crucial para a descentralização do país. Os eleitos tomam posse a 14 de julho para um mandato de quatro anos.

“Assumimos este triunfo com grande humildade e tremendo sentido de responsabilidade. Levantar a Região Metropolitana após a pandemia vai ser uma tarefa muito difícil”, disse Orrego. Na capital o candidato derrotou Karina Oliva (47,27%), da Frente Ampla (FA), uma esquerda mais radical.

Oliva declarou que, apesar da derrota, o seu bloco “cresceu” e que é importante manter “unidade, força e organização, mas sobretudo a convicção intacta” de que a região e o país “podem ser muito mais justos e democráticos”.

A direita foi a grande perdedora, conseguindo ganhar apenas na região da Araucanía, no centro do país, conhecida por ser área de conflito entre as autoridades e os povos indígenas. Luciano Rivas, independente que concorreu na lista do bloco de direita dominante Chile Vamos, irá governar essa região.

Apenas 2,5 milhões dos 13 milhões de eleitores votaram para eleger os governadores de 13 das 16 regiões do Chile. A participação, em plena pandemia e com toda a capital confinada, foi a mais baixa (19,6%) desde o regresso à democracia em 1990. Ficou muito abaixo do mínimo registado nas eleições municipais de 2016, quando apenas 34,9% exerceram o direito de voto.

Desde que a votação deixou de ser obrigatória, em 2012, nenhuma eleição ultrapassou os 50% de participação, à exceção da votação de outubro de 2020 (50,9%). Na primeira volta a afluência às urnas foi ligeiramente superior (43%).

// Lusa

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