Foi descoberta uma rara filmagem da instalação militar secreta Bletchley Park, no Reino Unido. Este centro de espionagem atuou durante a II Guerra Mundial e foi responsável por decifrar códigos alemães durante o período nazi.
O vídeo mudo, de 11 minutos, é uma compilação de imagens dos funcionários de Bletchley Park, uma instalação militar secreta no Reino Unido, no condado inglês de Buckinghamshire.
As filmagens terão sido realizadas nas instalações de Whaddon Hall, entre 1939 e 1945. Segundo o museu Bletchley Park, o vídeo mostra alguns membros da Secção VIII do MI6 durante as suas horas vagas. “Não sabemos quem filmou e as imagens não revelam segredos de Estado ou pistas sobre o trabalho que as pessoas desempenhavam”, explicou David Kenyon, historiador do Bletchley Park.
Segundo o Russia Today, acredita-se que este grupo tenha sido vinculado ao projeto que ajudou a decifrar o famoso código alemão Enigma.
Durante a II Guerra Mundial, Whaddon Hall era um local secreto, onde as fotografias e vídeos eram totalmente proibidos. Este dado acrescenta importância a esta recente descoberta. “É uma descoberta surpreendente e um registo importante de um dos aspetos mais secretos e valiosos do trabalho de Bletchley Park”, disse Kenyon.
“Além de mostrar o lugar e as pessoas em tempo de guerra, é a primeira filmagem que conhecemos que mostra atividades associadas ao Bletchley Park“, acrescentou o historiador.
Para ajudar a validar as filmagens, as autoridades de Bletchley Park mostraram a Geoffrey Pidgeon, um veterano da II Guerra Mundial que trabalhou na secção MI6 aos 17 anos. As filmagens capturaram o seu pai, Horace “Pidge” Pidgeon, que também trabalhou em Whaddon Hall, fornecendo equipamento de rádio a agentes em campo.
A fita foi mantida na sua embalagem original e doada ao museu por uma pessoa que preferiu manter o anonimato. Este filme mudo foi analisado posteriormente por um leitor de lábios forense, que adicionou legendas ao vídeo.
O The New York Times revela que as instalações foram fechadas no dia 19 de março, na sequência da pandemia de covid-19. Ainda assim, o material será mantido como parte das coleções do Bletchley Park.
Estas Imagens não foram gravadas, foram filmadas, porque o suporte é em filme (película) e não em fita magnética (cassete de video).
Caro leitor,
Permita-nos que discordemos.
Para sermos rigorosos, as imagens não foram filmadas. As pessoas ou cenas são filmadas. As imagens são gravadas ou registadas — num qualquer suporte, seja ele filme, fita, vinil, cd ou disco.
Desde que o Homem deixou de (literalmente) gravar imagens em pedras ou papiros, que o termo “gravar” é usado genericamente para “guardar uma imagem” (ou som, ou ficheiro).
Gravar
5. Registar som, imagem ou outros dados num suporte (ex.: gravar os ficheiros num CD).
“gravar”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
Caros Senhores “ZAP”,
Passo a explicar a minha discordância na vossa mensagem:
Esta frase não está de forma alguma correcta:
“As filmagens terão sido gravadas nas instalações de Whaddon Hall, entre 1939 e 1945.(…)”
Neste caso foram “filmadas” e não “gravadas”, tanto que em 1939 não havia qualquer suporte para “gravação” de imagens. O único suporte era a “película”, o filme, daí se utilizar a expressão “filmar”. Nos dias de hoje usam-se para suporte de captação de imagens: cassetes de video (fita magnética) ou cartões de memória nos modelos de cameras mais recentes, e nestes suportes sim, é “gravar”. Não vamos misturar nem confundir os conceitos de impressão de imagens em um suporte para sua visualização, seja ele qual for, com o conceito de gravação em pedras rupestres, em papiros ou em peças de joalharia. . . e diz bem que guardar as imagens em um “ficheiro” ou “CD” de uma forma digital por exemplo, isso sim é “gravar”, temos que ter em conta o conceito e a industria em que se enquadra o acto.
É só uma questão de alterarem a frase para uma forma mais correcta: “As filmagens terão sido feitas nas instalações de Whaddon Hall, entre 1939 e 1945”, assim como também não é: “O vídeo mudo, de 11 minutos,(…)”, mas sim “O filme mudo, de 11 minutos,(…)”, já agora outra: “(…), que adicionou legendas ao vídeo”, mas sim “(…), que adicionou legendas ao filme”, e só mais uma: “(…), onde as fotografias e vídeos eram totalmente proibidos” mas sim “(…), onde as fotografias e as filmagens eram totalmente proibidos”, já que se está a falar de um documento original de 1939/45.
No entanto todo o restante conteúdo da notícia está bem redigido e foram usados e correctamente os termos: “(…) quem filmou e as imagens (…)”, “(…) é a primeira filmagem que conhecemos (…)”.
Agora se usam em algumas frases o termo correcto, porque em outras não o usam? Ora será mais correcto seguir uma linha de terminologia correcta . . .
A notícia é no seu todo bastante interessante, e parabéns por este tipo de divulgação.
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FILMAGEM
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. – https://pt.wikipedia.org/wiki/Filmagem –
Filmagem é o acto de filmar, registar imagens com impressão de movimento sobre um suporte cinematográfico, denominado filme ou película cinematográfica. Também é o processo de realização de um filme, produto audiovisual finalizado.
Por extensão, adoptada mais recentemente, a palavra filmagem refere-se a todo acto de registar imagens com impressão de movimento, assim como a todo processo de realização de productos audiovisuais, independentemente da tecnologia utilizada.
Uso restrito do termo
Até os anos 1970, quando havia diferenças significativas entre os processos cinematográficos e televisivos, o termo filmagem era usado, na língua portuguesa, de forma restrita, aplicando-se apenas às produções realizadas em película; no caso de produtos registrados em vídeo, falava-se em gravação, ou, de forma mais genérica, em rodagem ou captação de imagens.
O uso restrito já apresentava alguns problemas: “gravação” muitas vezes confundia-se com o registro exclusivo do som, e além disso o registro fotográfico de imagens fixas, embora feito em película ou filme, não tinha por que ser considerado “filmagem”. Mesmo assim, muitos manuais publicados no período insistiam na diferenciação dos termos “filmagem” e “gravação”, assim como entre “filmar” e “gravar”.
Mantemos a nossa discordância com o seu comentário inicial, mas concordamos com a sugestão deste último.
Obrigado pelo reparo, o texto foi alterado em conformidade.