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“Não vejo nenhum conflito de interesses”. Centeno deixa porta aberta para liderar BdP

Stephanie Lecocq / EPA

O ministro das Finanças, Mário Centeno, descartou, para já, uma eventual recandidatura à presidência do Eurogrupo, frisando que defende a limitação do número de mandatos dos responsáveis políticos.

“[Um segundo mandato no Eurogrupo] não é algo que eu tenha, neste momento, equacionado. A seu tempo falaremos”, afirmou, em entrevista ao semanário Expresso este sábado publicada. “Falando em problemas, não é um problema que já tenha aparecido na minha folha para ser resolvido”, disse o ministro das Finanças.

O responsável pelas Finanças não adiantou muito sobre o tema, mas frisou que defende a limitação de mandatos. “Sou extremamente favorável à limitação do número de mandatos que os políticos exercem. E exerço-o o mais possível na minha pessoa também”.

Mário Centeno, que é ainda presidente do Eurogrupo, disse ainda não ver qualquer incompatibilidade se de Ministro das Finanças passar a ser Governador do Banco de Portugal (BdP). “Isso está escrito em algum sítio do Tratado?”, questionou.

Não vejo nenhum conflito de interesses. Dou dois exemplos: um dos vice-presidentes do BCE foi ministro das Finanças de Espanha. E o meu colega eslovaco também transitou das Finanças para o banco central. Estou só a dar exemplos”.

Questionado sobre se o BdP seria um desafio interessante, Centeno voltou a contornar a questão. “Já disse: o meu desafio agora é começar a apresentar o Orçamento do Estado para 2020 na Assembleia da República”, disse.

Apesar de “piscar o olho” ao Banco de Portugal, Mário Centeno nega a possibilidade de suceder a Carlos Costa, atual governador da instituição.

Na mesma entrevista ao Expresso, o governante responde às críticas dos aprtidos sobre o Orçamento do Estado, dando conta que o documento, que esta semana foi entregue no Parlamento, incluiu verbas para medidas que já foram aprovadas no tempo da geringonça pelos então parceiros de esquerda PCP e o Bloco de Esquerda.

“Centeno tem sido vital”

O Expresso escreve ainda este sábado que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vê em Centeno um fator de estabilidade e gostaria que o governante chegasse ao fim da legislatura. “Tirar Centeno é cortar uma perna e um braço ao Governo e ao primeiro-ministro”, avançou fonte de Belém ao semanário.

O chefe de Estado vê na dupla Centeno-Costa uma garantia de equilíbrio “vital” para o Governo e para o país. Em Belém, conta ainda o Expresso, é considerado “um luxo” dispensar Mário Centeno, antevendo-se grandes dificuldades para substituir Centeno.

Mário Centeno tem sido vital”, confirma o Presidente da República, que espera que Mário Centeno continua no exercício das suas funções pelo menos até ao fim da presidência portuguesa na União Europa, ou seja, até finais de 2021.

ZAP //

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