Luís Forra / LUSA
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Final da 1.ª etapa da Volta ao Algarve 2025
Mesmo na última curva da primeira etapa, cerca de 90% do pelotão foi… pela rua errada. “Tem de haver consequências”, mas “todos sabem” que a mota não cruza a meta.
Filippo Ganna venceu ao sprint a primeira etapa da Volta ao Algarve em bicicleta, numa etapa que ligou Portimão a Lagos.
Este seria o resumo normal de uma chegada normal no ciclismo. Mas o que aconteceu nesta quarta-feira em Lagos foi tudo menos normal.
Mesmo na última curva da primeira etapa, cerca de 90% do pelotão foi… pela rua errada. Ou seja, Ganna teve uma missão muito fácil, já que o número de rivais nem chegava a 20. Foram poucos os que entraram na verdadeira recta da meta.
Ao mesmo tempo, a grande maioria dos ciclistas andou a sprintar para nada porque nem tinha passado pela meta; depois, pegaram na bicicleta à mão, passaram por cima das grades e lá vieram para a rua certa. Com calma, e alguns ainda se riam.
Surreal o que aconteceu na Volta ao Algarve. 😂 pic.twitter.com/iG7x8R5YMQ
— B24 (@B24PT) February 19, 2025
“Que bronca…“, disse em directo o jornalista João Paulo Mendonça na RTP, enquanto o comentador e ex-ciclista Marco Chagas comentava de imediato que era falha da organização.
Os problemas foram antes da última curva: estavam lá dois colaboradores com a bandeira amarela que podem não ter indicado a tempo o caminho certo; mais do que isso, a rua do lado direito (a errada) não estava cortada, não tinha as grades tal como teve noutros anos. E os ciclistas seguiram a mota – que foi para a rua dos carros da prova, não dos ciclistas.
Uma hora depois, o Colégio de Comissários cancelou os resultados da etapa.
“A organização teve uma falha, as imagens estão gravadas. Temos lá um bandeira amarela que não actuou a tempo. Os ciclistas vêm a alta velocidade, se calhar deviam estar dois. A própria PSP deveria fazer o seu papel, nota-se nas câmaras que não fez. Vamos manchar a Volta ao Algarve com uma situação destas”, admitiu Cândido Barbosa, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo.
De facto, a prova já ficou manchada, logo na primeira etapa. E esta corrida é seguida em muitos países, até mais do que a própria Volta a Portugal. Basta lembrar que esta é a primeira corrida do ano, por exemplo, de Jonas Vingegaard e Primož Roglič.
Obviamente isto foi notícia em Itália, país natal de Filippo Ganna, que teve a vitória mais curta da sua carreira, descreve a La Gazetta Dello Sport, que descreve um final de etapa “inacreditável”.
Em Espanha, o jornal As destaca a “indignação” no pelotão após esta chegada “nunca vista”. É salientada a reacção do ciclista Marco Haller: “Alguém tem de assumir a responsabilidade por isto. É frustrante, porque a chegada é igual todos os anos. Tem de haver consequências“.
Já em França, no L’Équipe, Arnaud De Lie tem uma perspectiva diferente deste final “caótico”. O ciclista assegura que não foi um problema de sinalização e que a falha não foi da organização portuguesa: “O primeiro ciclista segue a mota da frente. Toda a gente sabe que a mota não cruza a linha de meta. Portanto, a mota tem de sair do percurso em algum momento, e esse era o momento certo (na rotunda). Mas o ciclista que estava à frente do pelotão seguiu a mota como se fosse um corredor”.
O suposto vencedor da etapa, Filippo Ganna, resumiu: “A minha opinião é que ganhei, simplesmente isso”. O italiano lembrou que, se a sinalização estivesse errada, todos os ciclistas teriam seguido pela rua direita, a rua errada.
Hoje há mais: segunda etapa entre Lagoa e Alto da Fóia.
É lamentável numa prova de VERDADEIROS PROFISSIONAIS, O QUE É ISTO,, como é possivel
isto acontecer nem nas provas dos Grandes Fondos CÁ isto acontece, simplesmente
amadorismo de 5ª CLASSE UMA VERDADEIRA vergonha PARA O NOSSO algarve ( PAÍS)
falo assim porque vou a alguns GRADFONDOS cá em PORTUGAL , adoro cilcismo e ele não merecia ser
tratado desta maneira. Tenho a certeza Portugal não gosta muito de ciclismo só a maioria que
anda de BIC de estrada é que GOSTA meus SENHORES.
iSTO PERDEU QUALQUER INTERESSE para mim ok
ACORDEM, VEJAM COMO SE FAZ NOS GRANDFONDOS e nas GRANDES VOLTAS lá FORA,,
o RESTO NÃO ME interessa
Estou triste !!!!!!!
Solução não era anular a etapa.
Foram prejudicados os ciclistas que acabaram a prova nos primeiros lugares.
Todos os ciclistas que se enganaram no caminho deveriam levar o mesmo tempo.