Catarina Martins acusa PS de ter recusado acordos escritos e quer novo entendimento formal

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A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins.

Bloco de Esquerda tem como objetivo, para as eleições legislativas de janeiro, aumentar a sua representação no Parlamento e, assim, consolidar o seu lugar como terceira força política.

Catarina Martins não tem dúvidas de que caso existissem, na presente legislatura, acordos escritos entre os partidos de esquerda — à semelhança do que aconteceu no pós eleições legislativas de 2015 —, o Orçamento do Estado para 2022 teria sido aprovado e o país beneficiaria, por estes dias, de mais estabilidade. Como tal, acredita que este mecanismo será essencial para que o Bloco de Esquerda viabilize uma solução governativa.

“Não há nada como a clareza do que se vai fazer. Quando há clareza podemos dizer que temos determinado objetivo, que pode ser alcançado em x anos, de uma determinada forma. E isso é muito importante até para o país ter uma estratégia”, explicou a líder bloquista em entrevista ao Público e à Rádio Renascença.

Ainda assim, para Catarina Martins, a existência de acordos escritos não tem que passar necessariamente por uma exigência do Presidente da República, tal como aconteceu em 2015, já que, no seu entender, o peso da responsabilidade de cumprir com as metas estabelecidas deve ser dos próprios partidos envolvidos.

“O BE não faz o que é necessário porque um Presidente da República o exige. Achamos que a clareza é importante independentemente do que pensa o Presidente da República. O que importa é qual a responsabilidade que cada partido assume […]. O Presidente da República fará o que entender, com toda a autonomia institucional que tem. Estas eleições são legislativas.”

Sobre as negociações com o Partido Socialista para o último Orçamento do Estado e questionada sobre se o eleitorado entenderá que, depois da incapacidade de chegarem a um acordo, as duas forças partidárias se entendem, Catarina Martins culpou os socialistas e relembrou que não se tratava do primeiro voto contra orçamentos apresentados pelo PS.

“Estas negociações orçamento a orçamento que o PS quis são um erro e toda a gente já percebeu isso. Em 2019 dissemos que era importante haver um acordo de legislatura, o PS não quis e fez mais leis com a direita do que com a esquerda durante este tempo. O BE tinha vindo a denunciar esta situação como insustentável. Não foi o primeiro OE que votámos contra. Já tínhamos votado no anterior.”

No que respeita aos objetivos individuais do partido para as próximas eleições legislativas, Catarina Martins aponta para um aumento da representação política do BE no parlamento, assim como a sua consolidação como terceira força política. Para os bloquistas, isto representaria que teriam derrotado “uma hipótese de governo de direita, de maioria absoluta e os perigos da extrema-direita”.

Desta forma, acredita a líder do Bloco de Esquerda, o partido está em condições para “abrir um novo ciclo no país para discutir salários, trabalho, como reformular o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a escola pública ou como responder à crise climática”.

ZAP //

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