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Caso Luís Grilo segue já para julgamento. Defesas rejeitaram fase de instrução

António Pedro Santos / Lusa

O processo de Rosa Grilo e António Joaquim, acusados pelo Ministério Público do homicídio do triatleta Luís Grilo, segue diretamente para julgamento, uma vez que as defesas prescindiram da fase de instrução.

Rosa Grilo e António Joaquim estão em prisão preventiva desde 29 de setembro do ano passado e são acusados dos crimes de homicídio qualificado agravado, profanação de cadáver e detenção de arma proibida.

Tânia Reis e Ricardo Serrano Vieira, advogados de Rosa Grilo e António Joaquim, respetivamente, recusaram a fase de instrução, a fase facultativa que pretende avaliar se há indícios suficientes para levar uma pessoa acusada de um crime a julgamento.

Esta decisão poupa meses de instrução e Ricardo Serrano Vieira já adiantou que o seu constituinte vai falar em julgamento, que irá decorrer no Tribunal de Loures, enquanto Tânia Reis disse ainda não saber se a sua cliente também irá prestar declarações.

No entanto, o Público noticia que Rosa Grilo irá manter a sua versão da história, referindo em tribunal que o seu marido Luís Grilo foi morto por um grupo de três angolanos com quem teria divergências relacionadas com negócios de diamantes.

Na acusação, o Ministério Público pede que os arguidos sejam julgados por um tribunal de júri e defende que seja aplicada a Rosa Grilo a pena acessória da declaração de indignidade sucessória, sem direito a herança, e a António Joaquim a pena acessória que declare a suspensão de exercício de funções públicas.

Além disso, a acusação atribui a António Joaquim a autoria do disparo que terá matado Luís Grilo, na presença de Rosa Grilo, no momento em que o triatleta dormia no quarto de hóspedes. A intenção do homicídio está relacionado com o facto de poderem assumir a sua relação amorosa e beneficiarem dos bens da vítima.

Luís Grilo tinha 500 mil euros em indemnizações de vários seguros e outros montantes depositados em contas bancárias tituladas por Luís Grilo, além da habitação.

O despacho de acusação do MP conta que em 15 de julho de 2018, os dois arguidos, de 43 anos, após trocarem 22 mensagens escritas em três minutos, “combinando os últimos detalhes relativo ao plano por ambos delineado para tirar a vida de Luís Grilo”, acordaram desligar os respetivos telemóveis.

O corpo foi encontrado com sinais de violência e em adiantado estado de decomposição, mais de um mês após o desaparecimento, a cerca de 160 quilómetros da sua casa, na zona de Benavila, concelho de Avis, distrito de Portalegre.

De acordo com Ricardo Serrano Vieira, a realização do julgamento com tribunal de júri é “irrelevante“, uma vez que está convicto de que não há no processo provas que incriminem o seu cliente. Além disso, acredita que a absolvição do seu cliente é o mais “provável“.

ZAP // Lusa

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