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Casado, homossexual e muçulmano? Sim, é possível

Dennis Bratland / wikimedia

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Jahed Choudhury tem 24 anos. Sean Rogan tem 19. Juntos mostraram “ao mundo que é possível ser homossexual e muçulmano”, quebrando uma série de estereótipos, quando se casaram na terça-feira, no Reino Unido.

Jahed e Sean foram os primeiros muçulmanos a casar pelo civil no Reino Unido. O casal, que namora há cerca de dois anos, decidiu “dar o nó” em Walsall, na região de Midlands Ocidentais.

Os dois conheceram-se há dois anos quando Choudhury passava uma fase difícil, na qual chegou até tentar tirar a própria vida: “Estava sentado num banco a chorar e o Sean veio perguntar-me se eu estava bem”. Sean foi a esperança que Jahed precisava e desde então que permanecem juntos.

Na cerimónia, os dois apareceram vestidos a rigor, com trajes tradicionais do Bangladesh – de onde Jahed vem -, mas Choudhury não pôde contar com o apoio da família neste dia. O britânico explicou que ainda é “a ovelha negra” da família muçulmana.

O bullying já fez parte da sua vida, tanto na mesquita local, como por parte de outros muçulmanos. “A minha família ainda acha que a homossexualidade é uma doença que pode ser curada. Ainda dizem que estou a passar uma fase. Não queriam estar presentes na cerimónia, não queriam ver isto acontecer. É uma vergonha para eles”, conta.

O jovem acredita, no entanto, que o casamento gay entre dois muçulmanos é um passo importante para ambas as comunidades: muçulmana e LGBT.

Muçulmano dedicado, Choudhury disse ainda que chegou a fazer peregrinações à Arábia Saudita e ao Bangladesh, onde pedia para que Deus lhe mudasse a orientação sexual e chegou mesmo a tomar medicação para mudar a sua orientação.

Em 2015, foi viver com Rogan, com quem se casou agora. “Esta união serve para mostrar que não queremos saber”, sublinhou Choudhury.

ZAP //

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