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Já podem ser publicadas as 27 cartas que podem tirar o trono ao Príncipe Carlos

Clarence House

Carlos, Príncipe de Gales

O Supremo Tribunal do Reino Unido deu o aval à publicação de 27 cartas do Príncipe Carlos, dirigidas ao governo, que podem, segundo alguns, custar-lhe a subida ao trono.

Após uma batalha judicial de mais de uma década, especialmente movida pelo jornal The Guardian, a mais alta instância judicial britânica decidiu que a correspondência secreta entre o Príncipe Carlos e sete ministérios pode ser publicada.

A preocupação em torno destas cartas prende-se com o facto de a imagem de neutralidade do Príncipe, que é vista como essencial para ele poder ser o próximo Rei de Inglaterra, poder ser negativamente afectada.

As 27 cartas terão sido enviadas entre Setembro de 2004 e Abril de 2005, durante o governo do primeiro-ministro Tony Blair, e nelas o Príncipe Carlos assumirá algumas posições que poderão ser vistas como críticas face às políticas encetadas na altura.

Um antigo Procurador do Ministério Público, citado pela BBC, terá sublinhado que as cartas são “particularmente francas” e esta fonte refere que estão cheias de “sublinhados e pontos de exclamação”.

O porta-voz da Casa Real britânica já veio salientar que é “decepcionante que o princípio da privacidade” não tenha sido valorizado, transcreve a BBC.

O próprio primeiro-ministro David Cameron manifestou-se decepcionado com a decisão, relevando o “princípio” de que a Família Real deve poder expressar as suas opiniões ao Governo “confidencialmente”.

No entanto, para o editor do The Guardian, Alan Rusbridger, a decisão do Supremo Tribunal é vista como essencial para “a transparência do governo” e reflexo de “um sistema judicial totalmente independente” e promotor de “uma imprensa livre”, cita a BBC.

“O governo gastou centenas e milhares de libras a tentar encobrir estas cartas, admitindo que a sua publicação ‘danificaria seriamente’ a percepção da neutralidade política do Príncipe. Agora, têm que as publicar para que o público faça o seu julgamento”, afirma Alan Rusbridger.

ZAP

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