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“Amigo” de António Joaquim entregou carta ao tribunal a dizer que viu Luís Grilo a ser morto

António Pedro Santos / Lusa

Rosa Grilo (D), mulher e suspeita no envolvimento na morte do triatleta Luís Grilo, à chegada ao Tribunal de Vila Franca de Xira

O Tribunal ignorou a carta que foi entregue por um homem que se dizia “amigo” de António Joaquim, o amante de Rosa Grilo, e que alegava ter assistido ao assassinato do triatleta Luís Grilo. O testemunho foi recusado por falta de credibilidade, uma vez que o homem estará a ser acompanhado devido a problemas psiquiátricos.

Esta suposta testemunha do crime terá entregue a carta em mãos no tribunal, na passada sexta-feira, tendo sido identificada pelo Cartão de Cidadão, como avança a SIC.

O homem que não foi identificado pelo canal assegura na carta que viu “quem matou o sr. Luís Grilo”. A sua alegação é de que Rosa Grilo “deu com um pau na cabeça” de Luís Grilo e que, depois, António Joaquim lhe colocou “uma almofada na cabeça” e que lhe deu “dois tiros”, conforme a transcrição da SIC.

Depois disso, os dois amantes terão enrolado o corpo de Luís Grilo “todo nu” nos tapetes da casa e tê-lo-ão levado para “uma carrinha branca Renault Kangoo” que pertenceria a António Joaquim.

O homem conta ainda que foi com António Joaquim até um descampado, na carrinha, onde ele terá deixado o corpo e onde terá ameaçado matá-lo, caso contasse do crime a alguém. Diz também que lhe deu uma nota de 20 euros.

Este suposto “amigo” de António Joaquim refere que o conheceu no seu local de trabalho e que ele lhe dava boleias até Alverca e que lhe pagava almoços, mas não explica em que circunstâncias assistiu ao crime.

O advogado de António Joaquim, Ricardo Serrano Vieira, questionou a veracidade da carta em declarações ao Correio da Manhã (CM), frisando que já houve outras cartas “como tentativas de trazer para o processo elementos que não são verdadeiros“.

Entretanto, o CM apurou que o homem se chama Pedro e que “é um velho conhecido da Justiça” por já ter tido comportamentos semelhantes noutros processos, surgindo como testemunha conhecedora de supostos factos de crimes como o dos homicídios do caso ‘Rei Ghob’. Ele também alegou ter sido violado no processo Casa Pia, instituição onde estudou, acusando Carlos Cruz e Ferreira Dinis, mas depois mudou o seu depoimento, relatando que lhe pagaram para mentir. Mais tarde, recuou novamente e disse que um jornalista lhe pagou para contar que o tinham subornado.

O homem estará a ser acompanhado no Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, e terá “delírios frequentes”, como referem familiares ao CM. “Ele tem vários problemas de saúde e não pode ser tido em conta o que diz”, aponta um familiar citado pelo jornal.

A leitura da sentença do caso da morte de Luís Grilo foi adiada, no início deste mês de Janeiro, depois de a juíza do caso ter procedido a alterações no processo. Essa alteração poderá levar a acusação a colocar Rosa Grilo como a única autora do homicídio, deixando António Joaquim de constar como suspeito, segundo o que foi noticiado.

Entretanto, o Observador apurou que o julgamento pode ser reaberto depois de a advogada de Rosa Grilo ter pedido para serem ouvidas mais quatro testemunhas. Apenas uma dessas testemunhas já terá sido ouvida em tribunal, designadamente uma amiga de universidade de Luís Grilo que disse que o triatleta estava a ser “ameaçado” por um “parceiro angolano” antes de morrer.

ZAP //

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