Kremlin escolheu os “espantalhos” que podem concorrer com Putin: ninguém tem menos do que 50 anos

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EPA / Michael Klimentyev / Sputnik / Kremlin

Vladimir Putin

Uma equipa do Governo de Moscovo já terá determinado quem será candidato às eleições presidenciais de 2024. Putin com três “rivais”.

Vladimir Putin vai novamente ser candidato às eleições presidenciais. As próximas estão marcadas para 2024.

O presidente da Rússia faz parte da estrutura do Kremlin desde a década 1990.

Venceu eleições presidenciais pela primeira vez em 2000, repetindo o feito quatro anos depois; e mais tarde em 2012 e em 2018.

Em 2008 não podia ser candidato novamente, mas passou a ser primeiro-ministro sob a presidência de Dmitry Medvedev (sabendo-se que, na prática, foi sempre Putin a liderar o Kremlin).

Ou seja, Vladimir Putin comanda o rumo político da Rússia há 23 anos seguidos e pode chegar aos 36 anos – em 2021 a constituição russa foi alterada e agora Putin pode ser presidente em quatro mandatos consecutivos, com seis anos em cada mandato.

Só maiores de 50

No próximo ano há eleições e o Kremlin já definiu quem pode ser candidato a essas presidenciais, avança o Meduza.

Sergey Kiriyenko, vice-chefe de gabinete da Administração Presidencial da Rússia, liderou a equipa que elaborou a lista de “espantalhos”, seguindo a descrição do mesmo portal russo.

Os responsáveis estiveram a analisar, ao detalhe, quem deveriam vetar, quem não pode ser concorrente de Putin.

Fontes do Kremlin revelarem que um dos critérios principais foi a idade: quem tem menos de 50 anos não pode ser presidente. Ou candidato a presidente.

Esta limitação está relacionada com a idade de Vladimir Putin (70 anos): perante um candidato bem mais novo, os eleitores russos poderiam reflectir sobre a idade do presidente actual, pensando se Putin ainda é o homem que chegou ao poder com “mão firme”.

Os quatro candidatos

Haverá quatro candidatos: Putin (do partido Rússia Unida), alguém do Partido Comunista, outro candidato do Partido Democrata-Liberal e um do Novo Povo.

O candidato do Partido Comunista deverá ser o seu líder Gennady Zyuganov. Há cinco anos o segundo classificado nas eleições foi Pável Grudinin, apoiado pelos comunistas – mas desta vez Pável, um candidato “menos previsível”, não terá permissão para entrar na campanha.

Do Partido Democrata-Liberal deverá sair o nome Leonid Slutsky. Outro candidato “controlado”, que até já faz parte da Duma Estatal, onde é líder do Comité de assuntos estrangeiros. É alguém que não se importa de ser candidato porque “gosta de publicidade”, citando outra fonte do Kremlin.

O candidato do Novo Povo é a maior incógnita. O Governo de Moscovo gostaria que fosse o seu líder, Alexey Nechayev, um candidato pouco carismático e que não coloca em perigo a candidatura de Putin. Alexey não quer concorrer, mas o Kremlin está a impor uma estratégia para convencê-lo.

Dentro deste partido, o Novo Povo, surge um possível problema para o Governo: Alexey Nechayev propõe que o candidato seja Vladislav Davankov, da Duma Estatal. Davankov não é uma ameaça séria a Putin mas tem… 39 anos. “O problema é a idade dele. 39 anos, gosta de publicidade, sabe falar em público. Não iria conseguir muitos votos, claro, mas um candidato jovem e com energia poderia levar os eleitores a pensar na idade do presidente”, disse um elemento ligado à campanha presidencial.

Para o Kremlin, há duas prioridades: não é o momento de alguém jovem entrar na campanha (pode alterar pensamentos dos eleitores) e Vladimir Putin deve chegar, no mínimo, aos 80% de votos nas eleições de 2024.

Putin não vai ao funeral de Prigozhin

Vladimir Putin não vai ao funeral de Yevgeny Prigozhin, o líder do Grupo Wagner que morreu na semana passada, na queda de um avião.

“A presença do Presidente não está prevista”, disse Dmitry Peskov, secretário de imprensa do presidente da Rússia.

Em conversa com os jornalistas, nesta terça-feira, Peskov comentou que o Kremlin não tem detalhes sobre o funeral de Prigozhin.

“Mesmo assim, a decisão sobre esse assunto é tomada por parentes e amigos. Aqui não podemos dizer nada sem eles”, acrescentou o porta-voz.

ZAP //

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