Cancro da pele tem consequências devastadoras em pessoas com pele escura

O melanoma é um tipo de cancro de pele que tem origem nas células da pele produtoras de pigmento chamadas melanócitos. Estas células transformam-se e passam a crescer descontroladamente e invadem os tecidos circundantes.    

Embora o melanoma seja menos frequente do que os outros tipos de cancro da pele, é sem qualquer tipo de dúvidas, um dos mais graves.

Segundo um novo estudo da Mayo Clinic, publicado a semana passada na Journal of Surgical Oncology, o melanoma é detetado com menos frequência em pessoas de pele mais escura do que em pessoas de pele clara,no entanto, quando é detetado, as consequências podem ser devastadoras.

O estudo, que incluiu 492.597 doentes com melanoma, sugere que é necessária uma maior vigilância no rastreio precoce, sobretudo para os homens negros, cujos cancros são frequentemente detetados em fases mais tardias, o que conduz a piores resultados em comparação com os doentes brancos.

“Comparámos os doentes negros não hispânicos com os doentes brancos e observámos diferenças notáveis na forma como os doentes apresentavam a doença”, afirma a autora principal do estudo e oncologista cirúrgica,Tina Hieken.

A investigação revelou que os homens tendiam a ser mais velhos no momento de diagnóstico e tinham maiores possibilidades de ter cancro espalhado aos gânglios linfáticos que as mulheres.

Este facto revela piores taxas de sobrevivência.

“Vários sinais imunitários sugerem que as mulheres podem responder melhor a algumas imunoterapias do que os homens”, afirma a Dr. Hieken.

Os investigadores descobriram que os homens negros com melanoma na fase 3 têm apenas 42% de hipóteses de sobreviver durante cinco anos, em comparação com 71% das mulheres negras.

Os profissionais de saúde devem examinar cuidadosamente áreas como as palmas das mãos, as solas dos pés e debaixo das unhas, onde o melanoma pode ser difícil de detetar em peles mais escuras.

Os investigadores afirmam ainda que se deve realizar estudos num número mais alargado de pessoas, incluindo mais participantes negros em ensaios clínicos.

Estes estudos são essenciais para alcançar novos conhecimentos e identificar tratamentos mais eficazes nos doentes.

Soraia Ferreira, ZAP //

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