Sandim, Olival, Lever e Crestuma no centro da troca de acusações. Câmara contorna a “desculpa esfarrapada” e assume as despesas.
Sandim, Olival, Lever e Crestuma eram freguesias separadas em Vila Nova de Gaia. Até que em 2013, e tal como muitas outras, passaram a estar juntas.
A reforma administrativa reduziu de 24 para 15 freguesias e uniões de freguesias o quadro administrativo do terceiro concelho mais populoso do país. Sandim, Olival, Lever e Crestuma passaram a ser apenas uma união de freguesias.
Agora, a ideia é voltar a separar essas quatro freguesias. No meio de 150 pedidos de separação, analisados pela Unidade Técnica da Assembleia da República, estava lá este caso.
O caso gaiense foi chumbado. PSD e Chega rejeitaram e “atraiçoaram” os habitantes locais, acusa a Câmara Municipal de Gaia – liderada pelo PS, com Eduardo Vítor Rodrigues como presidente.
Em comunicado enviado ao ZAP, a autarquia cita a justificação da oposição: sustentabilidade financeira. “Note-se que a diferença para a sustentabilidade das quatro freguesias é de, apenas, 370 mil euros“, reage a Câmara, que lembra que o orçamento total é de 284 milhões de euros.
“É evidente que não terá sido apenas isso“, sugere, enquanto assegura que esta separação de freguesias “gera necessidades de escala que a Câmara Municipal pode e deve cumprir“.
A Câmara Municipal não vai envolver-se “excessivamente” neste debate, mas denuncia a posição do PSD e do Chega.
E vai criar “a conjuntura financeira para que seja impossível justificar o chumbo à desagregação”.
Assim, a Câmara Municipal de Gaia vai pagar o processo. Vai assumir na totalidade a cobertura do “eventual desequilíbrio” decorrente da desagregação das quatro freguesias, comparticipando a diferença junto da DGAL – Direcção-Geral das Autarquias Locais.
Porque a justificação financeira é uma “desculpa esfarrapada” que assim a Câmara consegue contornar.
A Câmara de Gaia espera assim que, na próxima votação, o Grupo de Trabalho das Freguesias na Assembleia da República vote a favor.