Câmara de Lisboa suspeita de favorecimento ao Grupo Espírito Santo

Jerome Dahdah / Flickr

Edifício da Câmara Municipal de Lisboa

A Câmara de Lisboa está a ser acusada de ter beneficiado o Grupo Espírito Santo (GES) no âmbito de projectos imobiliários nas imediações do Parque das Nações. As suspeitas levam até alguns deputados a falarem dos responsáveis do GES como “felizes contemplados”.

O caso é divulgado pelo jornal Público que reporta que está em causa “um plano de pormenor que, alegadamente, beneficia o GES, em prejuízo de outras empresas e do próprio município”.

Este Plano de Pormenor da Matinha (PPM) foi inicialmente elaborado pelo vereador Manuel Salgado, “primo direito de Ricardo Salgado“, o ex-presidente do BES, em 2004, após lhe ter sido encomendado pela Gesfimo – Espírito Santo Irmãos SA., conforme sublinha o Público.

Nessa altura, Manuel Salgado ainda não era vereador e estava ligado ao atelier Risco que elaborou o tal Plano de Pormenor para a Gesfimo. Quando António Costa o convidou para o executivo municipal, em 2007, foi o filho de Manuel Salgado, Tomás Salgado, quem ficou à frente do Atelier e do PPM.

Este Plano de Pormenor, incluindo tudo o que poderia ser construído na zona abrangida, foi votado em Assembleia Municipal e aprovado com os votos favoráveis do PS e dos seus aliados Cidadãos por Lisboa (CPL), com a oposição e/ou a abstenção da oposição. Manuel Salgado não teve intervenção directa na votação.

Mas, na Comissão de Urbanismo da Assembleia Municipal, o contrato entre a autarquia e a Gesfimo está a ser alvo de suspeitas, conforme relata o Público, frisando que “já se ouvem deputados do PSD e dos CPL a dizer que o acordo “favorece claramente”” o GES, ““em detrimento de outros proprietários e dos interesses da cidade””.

A Gesfimo, que faz parte do universo da falida Rioforte, que pertence ao GES, é responsável pela gestão do Fundo Fimes Oriente, também criado pelo mesmo GES e detentor da maior parte dos terrenos abrangidos pelo PPM.

ZAP