O Espaço é muito silencioso, mas um projeto que une o Observatório de raios-X Chandra e um programa de aprendizagem da NASA quer “dar música” à interpretação dos dados de fontes cósmicas.
Em 1572, o astrónomo Tycho Brahe notou aquilo que parecia ser uma nova estrela na constelação Cassiopeia. Mais tarde, veio a descobrir que era, afinal, uma ex-estrela e hoje, quase 450 anos depois, podemos ouvir o seu remanescente em forma de música.
A imagem do remanescente da supernova de Tycho foi criada graças às observações da NASA e do Observatório de Raio-X Chandra. Recentemente, como parte de um projeto retomado pela cientista Kimberly Arcand, o cadáver da estrela transformou-se em som.
No ano passado, o projeto de sonificação dedicou-se a construir modelos sonoros personalizados para traduzir as várias nebulosas, galáxias e outras curiosidades cósmicas.
“Cada sonificação é criada para melhor retratar a informação científica da forma que mais faça sentido para os dados, mantendo-os representados com precisão e contando a sua história, ao mesmo tempo que proporciona uma nova forma de transmitir significado através do som”, explicou a investigadora, em comunicado.
No caso deste remanescente, a sonificação utiliza os dados do Chandra, começando no centro e deslocando-se para fora. As notas inferiores e superiores são atribuídas a diferentes cores no espectro: enquanto as tonalidades mais avermelhadas produzem notas inferiores, os azuis e violetas traduzem-se em notas superiores.
Já as estrelas visíveis no fundo da imagem surgem na melodia em forma de notas individuais numa harpa.
O resultado é uma suave e surpreendente serenata que proporciona uma interpretação relaxante dos restos de aniquilação total de uma estrela.