A NASA converteu dados de astronomia em sons, permitindo ouvir composições musicais derivadas da própria estrutura do Universo.
Especialistas da NASA transformaram dados da Via Láctea em sons graças a um processo conhecido como sonificação. O resultado é uma música peculiar que nos permite “ouvir” a nossa galáxia.
Segundo o New Atlas, o processo parte de pontos-chave de dados em imagens – como galáxias, estrelas ou nuvens de gás cósmico – e atribui sons a estes corpos celestes que variam dependendo da sua localização, brilho, bem como de outros fatores.
A luz de objetos localizados no topo da imagem é ouvida em tons mais altos, enquanto a intensidade da luz controla o volume. Estrelas e fontes compactas são convertidas em notas individuais, enquanto nuvens extensas de gás e poeira produzem um zumbido em evolução.
Os dados usados para fazer a sonificação do Bullet Cluster, por exemplo, foram recolhidos pelo Chandra X-ray Observatory e pelo Hubble Space Telescope. Esta vasta estrutura cósmica é famosa por ser a primeira prova direta da matéria escura.
Apesar de as observações do Hubble serem capturadas na secção ótica do espetro, o que significa que são visíveis a olho nu, o Chandra foi especialmente projetado para capturar a luz que existe na parte do espetro de raios-X, que seria invisível para os seres humanos.
Nestes vídeos, a NASA atribuiu à luz normalmente invisível uma cor. Neste caso, os dados do Chandra aparecem a cor-de-rosa, o que permite não só visualizar os dados através de uma imagem estática, como também ouvi-los.
Os dados que indicam as propriedades da matéria escura dos dois aglomerados de galáxias em colisão que compõem a imagem são representados com os tons de frequência mais baixa, enquanto os raios-X são representados com frequências mais altas.
Para adicionar variedade à sinfonia cósmica, o tom dos sons aumenta dependendo da posição dos dados: os pontos próximos ao topo são mais altos do que aqueles próximos à parte inferior da imagem.
No coração da Nebulosa do Caranguejo está uma estrela de neutrões a girar, que é tudo o que resta de um corpo estelar outrora massivo. Dados do Hubble, do Chandra e do Spitzer foram combinados para criar esta imagem. Para a sonificação, foi atribuído um grupo diferente de instrumentos a cada um dos diferentes comprimentos de onda.
Assim, os instrumentos de corda foram aplicados aos dados de luz ótica roxa do Hubble, enquanto instrumentos de latão foram aplicados aos dados de raios-X do Chandra, que aparecem a branco e azul. A contribuição do infravermelho do Spitzer, observada a rosa, pode ser ouvida como instrumentos de sopro.
A sonificação final é uma representação de áudio em time-lapse de uma onda de choque que se formou através de uma massa de material rejeitado na sequência de outra explosão violenta de supernova, conhecida como 1987A.
Além de impressionante, este processo também é inclusivo, já que permite que pessoas com deficiência visual explorem o Espaço através do som.