Jornalistas localizam um momento essencial no processo pós-massacre. Pelo menos 133 pessoas morreram no Crocus City Hall.
A nova contagem oficial aponta para 133 mortos. O número de vítimas mortais do ataque terrorista em Moscovo continua a aumentar – e não se deve ficar por aqui.
O incêndio na sala de espectáculos Crocus City Hall já foi extinto mas estima-se que, antes da queda do telhado provocada pelas chamas, ainda estavam 200 pessoas lá dentro; algumas seriam das equipas de salvamento.
Entretanto continua uma espécie de “caça à Ucrânia”: o Kremlin, incluindo o presidente Vladimir Putin, diz publicamente que a Ucrânia foi a responsável por este ataque.
Apesar de o Estado Islâmico ter anunciado que é o autor do ataque, o Governo da Rússia liga a Ucrânia a esta tragédia.
O Governo da Ucrânia já negou qualquer ligação mas, entre políticos, “correspondentes militares” e órgãos de comunicação social estatais, a Rússia continua a espalhar a ideia de que foram ucranianos a organizar o ataque.
Uma das sugestões mais directas foi a de Margarita Simonyan, editora-chefe na televisão pública, que disse que os autores do ataque terrorista foram seleccionados por Kiev de tal forma “para que a estúpida comunidade mundial pudesse ser convencida de que o Estado Islâmico estava envolvido”.
Fuga para a Ucrânia?
Outro ponto essencial nesta verão é o local da detenção de um dos quatro suspeitos envolvidos directamente no ataque: Khatsun, na região de Bryansk.
É uma localidade a 140 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, a cerca de 2 horas do país vizinho.
Esse foi o local anunciado pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia, que divulgou um vídeo da aparente detenção; e entretanto foi confirmado por jornalistas da Meduza.
Assim, acrescenta o jornal russo independente, esta localização permite às autoridades russas afirmar que os terroristas se dirigiam especificamente para a Ucrânia.
Mas, lembra o Meduza, não seria a primeira vez que o Serviço Federal de Segurança (FSB) que publicava um vídeo de detenção de suspeitos, que depois se verificava que era falso.
Há seis anos, quando houve um ataque terrorista no metro de São Petersburgo, o FSB terá feito o mesmo.