Uma cabeça num balde pode ajudar a trazer o lobo-da-tasmânia de volta

Wikimedia

Lobo-da-tasmânia

Uma descoberta num museu de Melbourne pode ser a chave para ressuscitar o extinto lobo-da-tasmânia, também conhecido como tigre-da-tasmânia.

Os investigadores que trabalham neste projeto encontraram uma cabeça de lobo-da-tasmânia extraordinariamente bem preservada num local inesperado: um balde guardado no fundo de um armário de um museu.

De acordo com Andrew Pask, investigador do laboratório Tigrr da Universidade de Melbourne, a cabeça tinha estado em etanol durante mais de 110 anos.

A cabeça continha longas moléculas de ARN, um elemento crucial para a reconstrução do genoma do animal extinto, que os investigadores consideravam impossível de recuperar de um espécime tão antigo.

“Foi um milagre”, disse Pask ao The Guardian, acrescentando que “fez avançar o nosso trabalho muito mais depressa do que esperávamos”.

O projeto para trazer de volta o lobo-da-tasmânia está a ser liderado pela Colossal, uma empresa norte-americana de biotecnologia. A Colossal, que também está a trabalhar na recuperação de outras espécies extintas, como o mamute-lanoso e o dodó, fez grandes progressos na investigação do lobo-da-tasmânia.

Os cientistas produziram o genoma antigo de maior qualidade de sempre, com apenas 45 lacunas no projeto genético que contém cerca de 3 mil milhões de peças de informação.

O CEO da Colossal, Ben Lamm, descreveu este desenvolvimento como um “salto científico incrível”, colocando a empresa no caminho certo para atingir o seu objetivo de trazer o lobo-da-tasmânia de volta à vida.

O que torna a descoberta do museu de Melbourne tão importante é a presença de longas moléculas de ARN, que permitem aos investigadores conhecer a biologia do animal, incluindo as suas capacidades sensoriais, como o paladar e o olfato. Este é um passo fundamental para garantir que o animal recriado é genuinamente um lobo-da-tasmânia e não um híbrido.

A equipa planeia utilizar células estaminais de um pequeno marsupial com ADN estreitamente relacionado com o do lobo-da-tasmânia e modificar estas células utilizando técnicas de edição genética para se aproximarem das células do lobo-da-tasmânia.

Esta abordagem poderá levar ao nascimento de uma criatura semelhante ao lobo-da-tasmânia nos próximos três a cinco anos.

ZAP //

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