Arnold et al., 2025, PLOS One, CC-BY-4.0

O “burro de sacrifício” decapitado encontrado sob uma residência da Idade do Bronze em Israel
Os restos mortais, com cerca de 5000 anos, de um “burro de sacrifício” e de três outros burros foram descobertos debaixo de uma casa da Idade do Bronze em Israel. O líder da manada estava decapitado e tinha os pés atados.
Os restos mortais de um “burro de sacrifício”, cuja cabeça foi cortada e os pés atados, foram descobertos debaixo de uma casa da Idade do Bronze em Israel.
Segundo um estudo publicado esta quarta-feira na PLOS One, o burro estava enterrado com mais três. Terão feito parte de um ritual que envolvia o sacrifício de animais de trabalho jovens e fêmeas de uma terra distante – o antigo Egito.
Um primeiro estudo, publicado em 2016 também na PLOS One, que o burro tinha crescido no Vale do Nilo.
Não se sabe por que razão estes burros foram “mortos no auge das suas vidas”, durante a Idade do Bronze III de Canaã – cerca de 2900 a 2550 a.C..
Como escreve a Live Science, há anos que os arqueólogos têm vindo a encontrar os restos mortais de burros na antiga Gate (a moderna Tell eṣ-Ṣâfi), a cerca de 20 quilómetros da costa mediterrânica.
Os investigadores ficaram surpreendidos, quando encontrara o burro decapitado, em 2010. A cabeça tinha sido “totalmente cortada e cuidadosamente colocada no abdómen, virada na direção oposta” ao corpo, escreveu a equipa no novo estudo, publicado agora.
Além disso, as pernas dianteiras e traseiras destes burros recém-descobertos tinham sido amarradas. E embora estes burros não tenham sido decapitados, os “crânios dos quatro burros estão virados para leste, possivelmente em direção ao sol nascente”, escreveram os autores no novo estudo.
Os investigadores pensam que a inesperada origem egípcia dos animais sugere que os seus donos eram pessoas com poder – comerciantes ou negociantes.
“Sacrificar um animal tão importante é uma demonstração exagerada de riqueza ou de posição na sociedade”, disse a líder da investigação, Elizabeth Arnold, em declarações à Live Science.
“A seleção de burros apenas do Egito provavelmente destacou esta ligação com um parceiro comercial importante”, acrescentou a antropóloga e arqueóloga ambiental da Grand Valley State University, no Michigan.
Uma tendência que saltou à vista
Os investigadores repararam que todos os burros eram fêmeas.
As burras eram especialmente valiosas “para serem sacrificadas, pois seriam capazes de gerar mais burros”, disse Arnold.