“Andou a brincar ao playmobil” para “se promover”. Sá Fernandes dispara contra Moedas

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António Cotrim / Lusa

O advogado José Sá Fernandes, ex-vereador do Bloco de Esquerda na Câmara Municipal de Lisboa

O coordenador de projetos da JMJ acusa Carlos Moedas de faltar à verdade sobre os compromissos da Câmara de Lisboa e de se promover politicamente à custa do evento.

Cerca de um mês após a passagem do Papa por Portugal, José Sá Fernandes, o coordenador de projetos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), está a fazer um balanço do evento.

Em entrevista ao Público, Sá Fernandes frisa que o mais importante é que o evento “foi um sucesso, correu muito bem”, mas admite sentir-se “desvalorizado”.

“Posso dizer que o que gastámos até hoje – o dinheiro que neste momento está cativado – são 18 milhões e 250 mil euros. E não chega a 10% aquilo que foi feito por ajuste direto”, afirma, adiantando que vai apresentar os seus dados sobre os custos separados dos números da Câmara de Lisboa.

Sá Fernandes acusa ainda Carlos Moedas de “soberba” e de faltar à verdade sobre a questão da “folha em branco”, que diz ter sido parte da razão da assinatura de 22 contratos por ajuste direto “que não eram previsíveis”.

“Não se pode fazer isto! O memorando de entendimento não era uma folha em branco. Eram várias folhas enviadas pela Câmara de Lisboa onde dizia que fazia o encontro dos voluntários, a cidade da alegria, os ecrãs, o som e a luz. Dizia que fazia as casas de banho, que fazia o plano de mobilidade e, de repente, ‘isto é muito dinheiro, não fazemos‘. Era impensável nós não recebermos bem o Papa ou isto não correr bem”, defende.

Moedas tinha ainda “ânsia de se promover” e ter-se-à misturado nos rituais católicos por razões políticas. “O dar a bênção de um bebé a um Papa é ato para um católico muito importante! Estamos a brincar ao playmobil!”, atira.

O coordenador caracteriza ainda o polémico palco-altar como “caríssimo”. “Quem está a discutir connosco ‘ai não podemos pagar isto, é muito dinheiro’, e depois aparecem com um palco de 5 milhões de euros? O palco do Parque Eduardo VII custou à volta de 470 mil euros. Como é que se gasta nove vezes mais?“, questiona.

Sá Fernandes acusa ainda a autarquia de o tratar como um “bode expiatório“. “Repare que ao princípio eu era ‘Zé para aqui, Zé para ali’ e depois fui completamente descartado. E do ‘Zé’ passei a ser ‘aquele senhor’. A táctica da Câmara era muito simples. Era 0se a coisa correr bem, foi devido aos nossos esforços, se não correr muito bem, será a despeito dos nossos esforços'”, remata.

ZAP //

7 Comments

  1. O zé “faz tudo” é o costume.
    Será que poderemos esquecer o que custou a todos os lisboetas e ao país em geral a vontade que teve para se promover embargando o chamado Túnel do Marquês a que terá chegado a chamar o Túnel da Morte?
    Eu não esqueço e, a mim pessoalmente ficou-me muito caro em tempo o que quer dizer dinheiro.
    O sá demostra bem nesta entrevista a sua pequenez e como, mesmo tendo sido excluído da lista eleitoral pelo partido onde se pendurou para se promover, continua sem qualquer capacidade de discernimento.
    Na minha opinião todos foram importantes para o sucesso das JMJ Lisboa 2023, mas ele demonstra como, nada sua pequena mente, acha que é ele quem “faz tudo”.
    Que pena…..

  2. Um artolas, que devia ter vergonha pelo que fez relativamente ao Túnel, mas como verdadeiro RATO que é, continua a fazer fretes, e a ser excepcionalemente remunerado por isso.
    Quando foi do túnel, moeu a cabeça do Santana, salvo erro, agora quer atacar o moedas.
    O problema é que se ele tivesse razão, compreendia-se que lhedessem palco, agora um incompetente que só provocou custos desnecessários com o túnel e os respectivos atrasos, ser contratado para tarefas importantes dá que pensar.
    O grave é que não há nenhum sobressalto cívico para correr com este e outros escroques, penso eu de que …

  3. O ressabiamento é tramado… este freteiro mor não explica o ajuste directo da assessora para 3 dias de trabalho por 18k nem justifica o seu salário ordinário e ainda não apresentou as contas e vem agora falar de quem recebeu o menino? Se fosse o costa presidente da cml seria diferente não era? Ignóbil mesquinho que nunca mais larga o tacho

  4. Sá Fernandes teve sempre vida facilitada na CMLisboa com Presidentes de esquerda. Costa interferiu ao nomear Sá Fer andes como coordenador das JMJ, isso era da competência de Carlos Moedas. Mas Carlos Moedas nao se deixou intimidar e fêz o que tinha a fazer tentar resolver problemas num curto espaço de tempo, o seu antecessor Medina nada fêz e sabia que este evento iria acontecer em 2023. Tudo aconteceu da melhor forma, como engenheiro civil Carlos Moedas soube organizar as obras e tudo correu bem.

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