No arranque do Grupo E, a “canarinha” não foi além de um 1-1 frente à Suíça, apesar de ter marcado primeiro e sido a melhor equipa na primeira parte.
O Brasil entrou no Mundial 2018 com um empate que não estaria nos seus planos. No arranque do Grupo E, a “canarinha” não foi além de um 1-1 frente à Suíça, apesar de ter marcado primeiro e sido a melhor equipa na primeira parte.
Porém, os brasileiros descansaram à sombra da vantagem e, quando sofreram a igualdade, já não tiveram poder de reacção para colocar intensidade no seu jogo, pelo que não conseguiram chegar à vitória. Neymar acordou tarde demais para deixar uma marca mais vincada no jogo.
O Jogo explicado em Números
- Jogo repartido em termos de posse de bola, apesar de o Brasil surgir sempre mais perigoso. A primeira grande situação de perigo surgiu aos 11 minutos, com Paulinho como protagonista. Nesta fase, a formação “canarinha” começava a assentar o seu jogo e já registava 58% de posse, 86% de eficácia de passe, mas apenas um remate. Curioso o facto de os dois primeiros disparos do encontro, por Dzemaili (3′) e Paulinho (11′) terem sido ocasiões flagrantes desperdiçadas.
- A ameaça estava feita e acabou concretizada aos 20 minutos, no 1-0. A defesa da Suíça afastou mal uma bola, esta foi parar aos pés de Philippe Coutinho à entrada da área, descaído para a esquerda, e o jogador do Barcelona não foi de “modas”: um remate em arco, com a bola a fazer uma curva pronunciada, sem hipóteses para Yann Sommer.
- Belíssimo jogo de Coutinho na primeira meia-hora. Por esta altura, o criativo tinha um golo em apenas um remate, 23 passes certos em… 23 e a única tentativa de drible completa. O Brasil, por seu turno, perdera um pouco de posse, mas não deixava os helvéticos aproximarem-se da baliza de Alisson e registava 88% de eficácia de passe.
- Marcelo e Neymar eram dois dos jogadores mais chamados a intervir, pelo flanco esquerdo, somando, em conjunto, cerca de 80 acções com bola por volta dos 40 minutos. Isto porque cerca de 45% dos ataques da “canarinha” eram canalizadas pelo lado canhoto. Mas as coisas não estavam a correr bem à grande figura do “escrete”.
- Jogo morno ao intervalo em Rostov, que valeu sobretudo pelo espectacular golo de Coutinho.
- A partir desse momento, a formação brasileira como que deu um pouco da iniciativa aos suíços, tapando-lhes o caminho para a baliza de Alisson, na tentativa de lançar rápidos contra-ataques.
- Mas não resultou como pretendido. Ao descanso a posse de bola era repartida, e o Brasil tinha mais remates (5-2) e o único enquadrado, que deu em golo.
- Ambas as equipas registavam uma ocasião flagrante desperdiçada e boa eficácia de passe (88%-83%). O melhor no primeiro tempo foi o autor do golo, Coutinho, com um GoalPoint Rating de 6.8.
- O Brasil descansou cedo demais à sombra da vantagem, pelo que acabou por permitir o empate à Suíça, logo no arranque do primeiro tempo, aos 50 minutos. Canto da direita apontado por Xherdan Shaqiri e Steven Zuber saltou mais alto que todos para cabecear com êxito para o 1-1. Um tento que surgiu ao quarto remate helvético, apenas o primeiro enquadrado.
- Após este golo, o Brasil viu-se obrigado a voltar a pegar no jogo, registando 60% de posse nos primeiros 15 minutos do segundo tempo, para além de três remates, mas todos sem a melhor direcção. Estava difícil à “canarinha” entrar na área helvética.
- Jogo discreto de Neymar até então. Por volta dos 70 minutos, o brasileiro registava dois remates, ambos desenquadrados, três passes para finalização e somente três dribles eficazes em oito tentativas, não passando de um rating de 5.8. E só “acordou” a partir daqui.
- O craque foi melhorando ao longo do jogo, mas o Brasil continuava pouco intenso na construção ofensiva, sendo presa fácil para uma organizada equipa da Suíça. Os 62% de posse de bola da “canarinha” no segundo tempo, e os 16 remates que realizou, foram insuficientes para garantir uma entrada positiva para um dos favoritos à vitória final. É que rematar um total de 21 vezes e só enquadrar cinco, complica a vida para qualquer selecção.
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O Homem do Jogo
Ora aí está uma bela reviravolta. Escrevemos, ao longo do texto, que Neymar estava apagado, andando sempre com ratings abaixo dos 6.0. Porém, o jogador do PSG sentiu necessidade de começar a correr a partir dos 70 minutos, e mostrou alguns pormenores da sua melhor versão.
Quatro remates, dois enquadrados, uma ocasião flagrante criada em quatro passes para finalização, cinco dribles eficazes em 11 tentativas e dez faltas sofridas garantiram a Neymar o título de melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.7. Ainda assim, insuficiente para dar o triunfo à sua equipa.
Jogadores em foco
- Philippe Coutinho 7.1 – O jogador do Barça liderou os ratings quase todo o jogo, sendo ultrapassado por Neymar já no fim. Coutinho marcou o único golo do Brasil, e que golo, nos quatro remates que realizou, e terminou com uma eficácia de passe de 90%.
- Marcelo 6.5 – O lateral brasileiro mantém sempre um nível elevado. Apesar da má prestação colectiva, o jogador do Real Madrid foi o terceiro melhor em campo, graças aos três passes para finalização, às 15 recuperações de posse, três dribles e ao número máximo de acções com bola, 108.
- Valon Behrami 6.1 – Uma autêntica “carraça”, que foi um pesadelo para Neymar. Apesar de ter saído com queixas, aos 67 minutos, foi, ainda assim, o melhor da Suíça, com 93% de eficácia de passe, 11 recuperações de posse e seis desarmes.
- Xherdan Shaqiri 6.0 – O extremo é sempre um jogador irrequieto e voltou a estar em bom plano frente ao Brasil. No total realizou três passes para finalização, dos quais dois para ocasião flagrante, e foi sua a assistência para o empate helvético.
- Miranda 5.9 – O Brasil nem teve muito trabalho defensivo, mas quando foi chamado a intervir, Miranda esteve sempre muito certo. O defesa-central do Inter ganhou dois de três duelos aéreos defensivos, recuperou sete vezes a posse de bola e realizou seis acções defensivas.
Resumo
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