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Brasil vs México | Samba de Willian embala “canarinha”

O Brasil está nos quartos-de-final do Mundial 2018. A “canarinha” bateu o México por 2-0 num excelente jogo, no qual as duas equipas tentaram imprimir intensidade e um ritmo elevado desde o início.

A qualidade individual dos brasileiros acabou por vir ao de cima, com a equipa de Tite a dominar em todos os aspectos do jogo e Willian e Neymar a “abrirem o livro”. Esta é a sétima eliminação consecutiva do México em oitavos-de-finais da prova.

O Jogo explicado em Números

  • Início de jogo muito mexido, com o Brasil a assumir o domínio inicial em termos de posse de bola (59%) e com qualidade no passe (87% de eficácia nas entregas). Os mexicanos apostavam nas transições rápidas, chegando aos dois remates aos dez minutos, sem a melhor direcção. Antes, Neymar já havia testado a atenção de Guillermo Ochoa, através de um forte remate em zona frontal.
  • A toada manteve-se nos minutos seguintes, mas o México foi melhorando a qualidade do seu passe, em especial no longo, na tentativa de apanhar a defesa brasileira subida. A “canarinha” foi apanhando, assim, alguns sustos, embora não permitisse nenhuma ocasião flagrante aos mexicanos, por volta dos 20 minutos.
  • O problema do México é que não acertava com a baliza e, à volta da meia-hora, registava quatro remates, nenhum que incomodasse Alisson. Por seu turno, o Brasil começou a criar perigo, com Neymar a surgir na frente com insistência e perigo, pelo que a formação brasileira registava cinco disparos nesta fase, dois enquadrados (ambos por Neymar). O craque do Paris Saint-Germain somava já dois passes para finalização nesta altura.
  • Os mexicanos começaram a desaparecer do jogo, aos poucos, pelo que o Brasil chegou aos derradeiros momentos do primeiro tempo completamente por cima da partida, com Ochoa a mostrar toda a sua qualidade entre os postes.
  • O descanso chegou com um nulo, mas com mais Brasil. A “canarinha” teve de adaptar-se ao excelente jogo de transições rápidas do México na primeira metade da etapa inicial, na qual os “aztecas” surgiram com perigo junto da área de Alisson. Mas a verdade é que não enquadraram nenhum dos cinco disparos. Ao invés, o Brasil acertou marcações, começou a anular as investidas contrárias e chegou ao intervalo com 52% de posse e dez remates, três deles enquadrados. O melhor em campo nesta fase era Neymar, com um GoalPoint Rating de 6.5, fruto de três remates, dois deles enquadrados, e três passes para finalização.
  • O final do primeiro tempo já fazia antever golo do Brasil, mais cedo ou mais tarde, e este surgiu logo aos 51 minutos. Willian arrancou pela esquerda, cruzou tenso e Neymar surgiu na pequena área a encostar facilmente para o 1-0. Um tento que surgiu ao 13º remate brasileiro, terceiro no segundo tempo. Neymar marcava ao seu quarto disparo.
  • A superioridade brasileira era total. À passagem da hora de jogo, a equipa de Tite registava 54% de posse, só relativa ao segundo tempo, cinco remates, três enquadrados. O México mantinha-se a zeros no que toca à direcção dos remates à baliza, com oito, todos para fora. E só enquadrou o primeiro no jogo aos 61 minutos, por Carlos Vela.
  • Excelente jogo também de Willian. O extremo, que esteve na origem do golo de Neymar, registava um rating de 7.9 por volta dos 70 minutos, graças à assistência, a três passes para finalização e a sete dribles certos em nove tentativas, para além de que era o jogador com mais acções com bola, 63.
  • Nos instantes finais da partida o México equilibrou em temos de posse de bola, na tentativa de chegar ao golo do empate. Porém, esse era um crescimento que o Brasil consentia, embora a vantagem no marcador fosse aconselhasse a essa atitude nesta fase.
  • Só que o “escrete” aproveitou na perfeição o adiantamento contrário para fazer o 2-0. Aos 89 minutos, Fernandinho lançou Neymar na esquerda, este tentou colocar a bola ao segundo poste, Ochoa ainda tocou ligeiramente na bola, mas Roberto Firmino surgiu sem marcação a encostar para o golo.

O Homem do Jogo

Após o final do jogo, a crítica era praticamente unânime em relação ao jogo de Neymar. Nós também gostámos muito. Juramos que não é para contrariar, mas para nós, com base no GoalPoint Ratings, o melhor em campo foi mesmo Willian. Que grande jogo do jogador do Chelsea, ao contrário do que havia feito até ao momento do Mundial 2018. O extremo terminou com um rating de 7.9, apesar de não ter marcado qualquer golo. Não marcou, mas assistiu Neymar para o 1-0, rematou duas vezes, ambas enquadradas, fez três passes para finalização, registou 73 acções com bola (segundo valor mais alto) e teve sucesso em sete das nove tentativas de drible. Isto para não falar nas cavalgadas que protagonizou, criando desequilíbrios desconcertantes. Fundamental.

Jogadores em foco

  • Neymar 7.4 – A estrela da companhia brasileira esteve em muito bom plano. Para além do golo que marcou, fez sete remates, dos quais enquadrou quatro, e registou excelentes cinco passes para finalização. Nenhum deles deu em assistência, apesar da ideia que transpareceu no 2-0. Porquê? Simplesmente porque Guillermo Ochoa tocou levemente na bola, o suficiente para alterar a trajectória da mesma e fazê-la chegar a Firmino. Por este motivo, e por ter tido sucesso em apenas duas de sete tentativas de drible, Neymar falha o destaque de MVP.
  • Casemiro 7.3 – O “trinco” ex-FC Porto ainda não tinha aparecido ao seu melhor na Rússia, mas frente ao México esteve em grande nível. Para além de três passes para finalização, o médio do Real Madrid registou uma eficácia de passe de 90% e realizou seis desarmes.
  • Guillermo Ochoa 6.8 – O “abono de família” mexicano nos Mundiais voltou a aparecer. Perante os dez remates enquadrados do Brasil, o guarda-redes respondeu com oito defesas, algumas de grande dificuldade.
  • Carlos Vela 6.4 – Foi o que mais remou contra a maré brasileira. Vela realizou uma boa partida, conseguindo o único remate enquadrado da sua selecção. No final registou quatro passes para finalização e concluiu com êxito três de sete tentativas de drible.
  • Héctor Herrera 4.1 – O médio é um dos esteios do México, mas contra o Brasil esteve uns furos abaixo do habitual, cotando-se como o pior em campo. Sem passes para finalização, Herrera fez sete faltas, o máximo de um jogador neste Mundial.

Resumo

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