Brasil regista em 2016 pior défice primário da história

Marcelo Camargo / Agência Brasil

O vice-presidente brasileiro, Michel Temer

O vice-presidente brasileiro, Michel Temer

As despesas do Governo federal do Brasil em 2016 superaram as receitas em 154,2 mil milhões de reais (46,3 mil milhões de euros), o pior défice da história, anunciou o Tesouro Nacional do país esta segunda-feira.

Em 2015, o Brasil registou um défice primário de 114,9 mil milhões de reais (34,4 mil milhões de euros).

As contas do governo central brasileiro em 2016, que englobam os resultados do Tesouro, Previdência Social e Banco Central, foram condicionadas pela recessão, que tem derrubado o consumo, a produção e consequentemente a arrecadação de impostos e tributos.

As receitas líquidas totais do Governo federal do Brasil recuaram 4,1% no ano passado, somando 1,088 biliões de reais (330 mil milhões de euros), descontando as perdas com a inflação.

Já as despesas ficaram em 1,242 biliões de reais (360 mil milhões de euros) o que traduz um recuo de 1,2% na mesma base de comparação.

O défice primário ficou abaixo da meta prevista pelo Governo, e que era de 170,5 mil milhões de reais (51 mil milhões de euros).

Num vídeo divulgado após a publicação dos dados, o ministro das Finanças, Henrique Meirelles, destacou o trabalho realizado para alcançar um défice menor do que a meta.

“Foi preciso um trabalho que começou com a revisão da meta primária de 2016 a partir de um diagnóstico realista das contas públicas. Nós conduzimos de forma rigorosa a execução orçamentaria e financeira, o que permitiu o pagando de despesas de anos anteriores”, disse.

“Este esforço reduziu em mais de 37,5 mil milhões de reais o saldo de restos a pagar do Brasil, o maior volume em 10 anos”, completou.

Henrique Meirelles concluiu o seu comentário afirmando que a lei que estipulou um teto para os gastos públicos no Brasil por 20 anos vai permitir que o país volte a produzir gradualmente excedentes primários, recuperando a confiança necessária impulsionar o crescimento económico.

// Lusa

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