Produzir mais petróleo: EUA pediu, Brasil recusou

Governo norte-americano perguntou à Petrobras se poderia aumentar a produção. Diplomacia não define o trabalho.

Pouco depois do início da guerra na Ucrânia, o Governo dos Estados Unidos da América tentou que o Brasil aumentasse a sua produção de petróleo. Não conseguiu.

A agência Reuters divulga que, em Março, pessoas do Governo de Joe Biden questionaram responsáveis da Petrobras, empresa responsável pela produção de petróleo no Brasil, se a produção de petróleo poderia ser reforçada – o Brasil é o nono maior produtor de petróleo no planeta.

Os norte-americanos queriam desde cedo tentar arranjar soluções, devido ao eminente (e entretanto confirmado) aumento generalizado dos preços, sobretudo no sector da energia.

A Petrobras negou esse pedido. Explicou que a produção de petróleo é definida pela estratégia de negócios e não pela diplomacia. Além disso, a nível logístico, os brasileiros não conseguiam aumentar a produção a curto prazo.

No entanto, a médio prazo a produção vai ser de mais 500 mil barris por dia, até 2026. Um plano já previsto pela empresa.

A empresa estatal brasileira (cujos responsáveis asseguram que o Governo de Brasília não interfere no seu funcionamento) recusou esclarecer se foi contactada por algum elemento ligado ao governo dos EUA; mas negou a existência de reuniões com representantes do Departamento de Estado de Washington.

As posturas e opiniões são diferentes (sobre a guerra e não só) mas Biden e seus aliados tentam melhorar as relações com Jair Bolsonaro, presidente do Brasil. Tudo para tentar controlar as consequências económicas do conflito. Recorde-se que, logo no início do conflito, Bolsonaro recusou condenar publicamente a invasão à Ucrânia, ao contrário dos EUA.

A nível interno, o Governo dos EUA tem tentado igualmente aumentar a produção de petróleo. A nível externo, houve conversas com a Venezuela também, com o mesmo objectivo.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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