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Brasil anuncia cortes nas universidades (e usou chocolates para explicar porquê)

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Tânia Rêgo / Agência Brasil

O Governo brasileiro anunciou cortes orçamentais para as universidades federais. O ministro da Educação, acompanhado por Bolsonaro, usou chocolates para explicar os cortes no ensino superior.

Em conferência de imprensa, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, usou chocolates para explicar os cortes orçamentais nas universidades federais brasileiras. “Esses três chocolatinhos e meio não estão cortados. Deixamos para comer depois de Setembro. É só isso que a gente está pedindo”, disse o ministro, acompanhado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Esta explicação foi dada após o Governo brasileiro anunciar o congelamento de 30% do financiamento público de todas as universidades federais. Alunos de algumas destas universidades têm sido responsáveis por vários protestos contra o Governo.

Segundo o Público, as universidades foram apanhadas de surpresa, já que o anúncio surge após os orçamentos anuais já estarem fechados e foram feitos tendo em conta um financiamento superior ao que agora é previsto.

Esta medida tem consequências drásticas em algumas destas universidades. Evandro Silva, vice-reitor da Universidade Federal do Mato Grosso, alega que a sua universidade só consegue garantir o funcionamento regular até ao mês de agosto.

“Não sabemos o que vamos fazer daqui em diante, uma vez que não haverá recursos para pagar a segurança, limpeza e outros serviços essenciais”, disse Evandro em declarações ao mesmo jornal. O orçamento inicial era de 110 milhões de reais, mas agora, depois dos cortes, ficou fixado nos 74 milhões.

Além disso, algumas universidades explicaram que poderão deixar de conseguir pagar água e energia, o restaurante universitário ficará sem recursos e alguns programas de apoio a estudantes poderão também estar ameaçados.

“Não há eficiência administrativa que supere um corte deste tamanho, principalmente diante das sucessivas restrições orçamentais dos últimos anos”, afirmou a reitora da Universidade Federal de Minas Gerais, Sandra Regina Goulart Almeida, num comunicado, citado pelo El País.

Cortes em bolsas

Consequentemente, será suspensa a atribuição de novas bolsas de pós-graduação pela Coordenação de pessoal de Nível Superior (Capes), que conta com 92 mil bolsas atribuídas e que perdeu 800 milhões de reais com estes cortes.

“A Capes esclarece que a economia racional de recursos, a melhoria do sistema de pós-graduação e a parceria com o setor empresarial são as diretrizes adotadas para superar os desafios apresentados pela necessidade de contingenciamento de recursos na administração pública federal”, informou o órgão em comunicado, citado pela BBC.

De acordo com a Capes, as bolsas de pós-graduação que já estão ativas não serão afetadas. A Capes tem ainda 107 mil bolsas ativas para a formação de professores do ensino básico que também não serão afetadas.

“Este é um problema que o país tem que enfrentar, mas não vai conseguir com cortes horizontais no orçamento das universidades e nas bolsas de pós-graduação e pós-doutoramento”, escreveu a Universidade Estadual de Campinas, considerando esta uma medida insensata por parte do Governo.

ZAP //

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2 Comments

  1. É o esperado. Da perspetiva do Bolsonaro não faz sentido continuar a subsidiar a produção de conhecimento, pois o conhecimento é a antítese da maioria das coisas que defende. Deviam ter-se lembrado disso antes de votar nele.

  2. Brasileiros deveriam realmente pensar antes de dar seu voto a uma criatura que conseguiu ludibriar muitos ignorantes com a novela da facada, e aos mais esclarecidos foram derrubados óbvio, com atuações quase perfeitas toda dramaticidade conseguiu convencer os menos capazes.

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