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Brasil-Argentina suspenso. Jogo foi interrompido para deportar quatro jogadores

Sebastião Moreira / EPA

O jogo entre Brasil e Argentina foi interrompido pela autoridade de saúde brasileira. Em causa estavam quatro jogadores argentinos que deveriam ter cumprido quarentena.

Decorria o 5.º minuto do jogo entre Brasil e Argentina quando a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil), juntamente com a Polícia Federal, interromperam a partida.

Em causa estavam quatro jogadores argentinos que violaram as regras de saúde por conta da pandemia de covid-19. Emiliano Martínez, Giovani Lo Celso, Cristian Romero e Emiliano Buendía terão violado as regras sanitárias ao darem informações falsas para entrar no país.

Os futebolistas em questão deviam ter cumprido um período de quarentena depois de terem estado no Reino Unido há menos de 14 dias, mesmo que tenham viajado da Venezuela. Ao que parece, os jogadores não revelaram esta situação na hora de preencher o formulário, o que lhes permitiu entrar no Brasil sem cumprir a quarentena obrigatória.

Depois de elementos da autoridade de saúde brasileira terem interrompido o jogo, a partida acabou mesmo por ser suspensa.

Mais tarde, a Federação Argentina (AFA) expressou “desconforto”, uma vez que a comitiva estava no Brasil desde dia 3 de setembro.

“Assim como a CBF, a AFA ficou surpreendida com a atuação da Anvisa assim que o jogo foi iniciado”, lê-se no comunicado da federação. “O futebol não deve passar por esses tipos de episódios que prejudicam o espírito desportivo de uma competição tão importante”.

“O árbitro e o comissário de jogo vão apresentar um relatório ao Comité Disciplinar da FIFA, que determinará os passos a seguir. Esses procedimentos obedecem estritamente aos regulamentos atuais”, lê-se, por sua vez, no comunicado da CONMEBOL.

Num momento caricato já após a suspensão do encontro, o capitão argentino Leo Messi regressou ao campo, disfarçado de fotojornalista, para criticar a decisão tomada.

“Há três dias que estamos cá e esperaram que o jogo começasse para nos dizer que não podíamos jogar?”, questionou o avançado do Paris Saint-Germain. “Todo o mundo está a ver-nos”.

Em declarações à Globo Esporte, Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), também criticou a ação da Anvisa.

“A Anvisa excedeu os limites do bom senso. Poderia ter evitado tudo isto. Todos apanharam um susto. Este episódio é lamentável. O Brasil-Argentina desperta interesse em todo o mundo. Há três dias que a Anvisa já estava a acompanhar a seleção argentina. Causou-nos estranheza a Anvisa só agir depois de o jogo ter começado”, começou por dizer o presidente da CBF, citado pelo jornal A BOLA.

“Em momento algum a CBF participou, através de quem quer que seja, para retirar atletas à equipa da Argentina. Muito pelo contrário. A CBF respeita as normas sanitárias, mas esta situação é entre a CONMEBOL e a Anvisa. Ainda antes da partida começar, o delegado disse que havia autorização para jogar e só depois serem deportados. Mas depois, por um motivo que desconhecemos, mudaram de ideias”, acrescentou.

Daniel Costa, ZAP //

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