Branquear os dentes é prejudicial?

Sim e não… Branquear os dentes é um dilema ético para muitos dentistas. Há especialistas que consideram que a oferta desse tipo de serviços deve existir e ser encorajado, mas apenas por razões de saúde, e não de estética.

O branqueamento dentário, um procedimento cosmético popular, levanta preocupações entre alguns profissionais de odontologia, quanto à sua segurança e necessidade, especialmente para pessoas mais velhas.

Line Bjerklund Pedersen, médico dentista e chefe do conselho de ética da Associação Dentária Norueguesa, advertiu, à Science Norway que o branqueamento dentário pode danificar o esmalte.

O dentista observa que branquear os dentes de pessoas mais velhas, que naturalmente mudam de cor com a idade, é particularmente desafiador e pode levar a dentes frágeis e facilmente manchados. Além disso, esmalte pode tornar-se poroso e ficar mais frágil.

Aida Mulic, pesquisadora sénior no Instituto Nórdico de Materiais Dentários (NIOM), também à Science Norway, fez ecoar ainda mais essas preocupações.

A especialista destacou a dificuldade de abordar a descoloração devido ao envelhecimento e apontou que o branqueamento dentário não é isento de riscos, mesmo para pessoas mais jovens.

Aida Mulic explicou que, embora os métodos modernos de branqueamento dentário no consultório do dentista sejam suaves, não devem ser usados com muita frequência devido à natureza ácida dos agentes de branqueamento.

Saúde justifica, mas estética não

A especialista enfatiza ainda que o branqueamento dentário deve ser baseado num diagnóstico e que os pacientes podem experimentar efeitos colaterais como sensibilidade, uma reação no nervo que geralmente passa.

Apesar desses riscos, Aida Mulic reconhece que o branqueamento dentário pode ser benéfico por razões de saúde e é um método mais suave para certos problemas.

O branqueamento dentário é eficaz se houver uma razão justificada para realizar o tratamento (…) Nesses casos, o branqueamento dentário é um método mais suave do que obturações, coroas, laminados e facetas”.

Aida Mulic também levanta preocupações sobre a disponibilidade de produtos de branqueamento dentário no mercado, especialmente aqueles que não são legalmente vendidos em lojas física, mas acessíveis online.

“É problemático que as pessoas possam comprar esses produtos elas mesmas. Os pacientes encomendam o equipamento de lojas de cosméticos ou online. Não temos controlo sobre o que se usa lá fora”, lamentou.

A investigadora alerta contra o uso de kits de branqueamento caseiros, observando os riscos de queimaduras químicas devido a bandejas mal ajustadas e concentrações inadequadas de agentes branqueadores.

Alternativa: ir ao dentista e lavar os dentes

Para combater a descoloração, Aida Mulic sugere que muitas vezes pode ser polida através de uma visita ao dentista e usando uma pasta de polimento dentário.

A especialista advertiu contra o uso prolongado de pastas dentífricas abrasivas e produtos destinados a remover descoloração.

Aida Mulic conclui, encorajando o foco em dentes saudáveis em vez de dentes brancos, lembrando-nos da importância de escovar os dentes, pelo menos, duas vezes por dia, com pasta com flúor, para manter os dentes e prevenir cáries.

ZAP //

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