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Sobrinho terá comprado 30% da SAD do Sporting com milhões desviados do BES

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Tiago Petinga / Lusa

Álvaro Sobrinho à chegada para participar na assembleia geral de destituição dos órgãos sociais do Sporting.

Sociedade Holdimo, que terá sido “veículo de investimento” nos leões pelas mãos de Álvaro Sobrinho, ex-presidente do Banco Espírito Santo de Angola, ainda está na SAD leonina.

O Ministério Público (MP) acusou o ex-presidente do Banco Espírito Santo de Angola (BESA) Álvaro Sobrinho de branqueamento agravado pelo investimento na SAD do Sporting feito através de uma empresa que controlava com verbas que seriam do banco.

Segundo a nota publicada esta segunda-feira pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Sobrinho utilizou a sociedade Holdimo, que também foi acusada e era por si controlada (uma vez que era sócio maioritário), como veículo de investimento” nos ‘leões’, com transferências realizadas a partir de contas do BESA domiciliadas em Lisboa, “cujos fundos se destinavam a financiar a atividade do banco, mas que o arguido utilizou como se fossem seus”.

“Num primeiro momento, a sociedade arguida teria investido no clube um total de 16.050.000 euros e receberia como retribuição um montante calculado sobre o valor da venda dos passes dos jogadores, devido em função da percentagem dos direitos económicos que adquiriu pelo investimento”, pode ler-se no comunicado, acrescentando que a verba transferida foi reconvertida depois em ações.

Álvaro Sobrinho viria ainda a investir através daquela sociedade mais quatro milhões de euros, elevando para 29,85% o capital detido pela Holdimo na SAD do Sporting (que entretanto já foi diluído em 2022 para cerca de 13,28% e para 9,9% durante este ano).

“Através das operações descritas na acusação, indicia-se que o arguido logrou encobrir o rasto das referidas quantias monetárias, fazendo-as passar por verbas obtidas de forma lícita, quando, na verdade, as havia obtido por apropriação de valores do BESA”, referiu o MP.

A sociedade ainda detém atualmente 10% da SAD sportinguista.

O antigo presidente do BESA terá conseguido, entre 2007 e 2012, desviar 15 milhões de euros do banco para o Sporting, segundo a acusação de 2022 do DCIAP, com recurso a diversas sociedades offshore com contas bancárias na Suíça e de outras jurisdições.

Sobrinho foi acusado da prática de 23 crimes, dos quais 13 de abuso de confiança agravada e cinco de branqueamento agravado a título individual.

ZAP // Lusa

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