O banco BPI obteve um lucro de 60 milhões de euros no primeiro trimestre de 2021, multiplicando por dez o resultado líquido obtido no período homólogo de 2020, resultado justificado pelo alívio na constituição de imparidades.
De acordo com o Expresso, 54 milhões dos lucros provêm da atividade em Portugal, havendo um contributo de 6 milhões de Angola e Moçambique, segundo dados do comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“Registámos um crescimento significativo do produto bancário, assente na resiliência da margem financeira, no aumento da venda de produtos de poupança e investimento (seguros de capitalização e fundos de investimento) e na gestão rigorosa do balanço”, referiu o presidente executivo, João Pedro Oliveira e Costa, na nota de imprensa.
“Os resultados são bons, claramente bons em qualquer circunstância. Mostram que o banco está a trabalhar bem num momento de grande desafio. Apanhámos um período largo de confinamento”, sublinhou na conferência de imprensa.
As imparidades contribuíram com 9,6 milhões de euros, enquanto o rácio de exposições problemáticas (NPE) – onde está o crédito malparado – deslizou para 1,5%. A nível operacional, a margem financeira subiu 3,1% e as comissões bancárias avançaram 5,4%. Ao todo, o produto bancário ascendeu 17,1% para 68,9 milhões de euros. O banco indica que 70% das vendas de produtos e serviços são iniciadas pelo canal digital.
Os custos caíram 3% para 109,6 milhões de euros, pelo que o resultado operacional, já mostrava um crescimento de cerca de 75%.
“A atividade não está parada, apesar da pandemia. Há setores muitíssimo atingidos e, apesar dos impactos diferenciados, continuamos a apresentar bons resultados. É importante não tirar conclusões precipitadas com os períodos de 2020. Vamos ter volatilidade na comparação dos próximos trimestres, comparações vão ser difíceis de efetuar, tendo em conta a grande prudência que colocámos na gestão do banco”, declarou.
Houve ainda um aumento homólogo de 9,7%, especialmente nos depósitos, que somaram 26,6 mil milhões de euros. A nível de carteira de crédito, subiu 6,2% em termos homólogos para 26 mil milhões de euros. O crédito à habitação cresceu 11%.
Olhando para o capital, o rácio mais rigoroso (CET1) era de 14,4% em março, sendo que o rácio total é de 17,6%. Já o retorno sobre os capitais próprios da atividade recorrente deslizou de 7,1% para 4,7%.