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Borussia Dortmund 1-0 Sporting | Um Mal(en) que veio só… e foi suficiente

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Friedmann Vogel / EPA

O “bicho papão Haaland não jogou, mas nem assim os “leões” conseguiram contrariar o maior poderio germânico.

O Sporting saiu de Dortmund com uma derrota, apesar da excelente réplica no Signal Iduna Park, e muito por culpa da ineficácia ofensiva – foi, de resto, a primeira vez que ficaram em branco na temporada, tal como o Dortmund acabou pela primeira vez esta época sem sofrer golos.

São já 11 jogos consecutivos do Sporting a sofrer golos fora de casa na Champions e oito derrotas nas últimas nove partidas na prova (na Alemanha, em 14 jogos perdeu 13 e empatou apenas um).

Fiel à sua imagem, o Sporting de Rúben Amorim até foi mais perigoso na fase inicial da partida, pese embora ter tido menos bola.

A partir do minuto 20, porém, a equipa da casa ligou o carrossel e mesmo sem o seu jogador mais temível trouxe o pânico à defesa leonina, chegando ao golo já depois de Adán parar uma tentativa de Reus e outras duas ocasiões para Malen anuladas por fora-de-jogo.

As estatísticas revelam bem o grau de eficácia de ambas as equipas: enquanto os “leões” fizeram cinco remates e todos desenquadrados, o Dortmund fez apenas dois e ambos na direcção da baliza (um dos quais deu golo), de nada valendo aos “verdes-e-brancos” acabarem a primeira parte com mais remates, mais cantos (três contra zero) e mais acções na área contrária (nove para oito).

Mais bola para o conjunto leonino no segundo tempo em comparação com os primeiros 45 minutos, mas clara incapacidade para fazer mossa lá na frente: só assustou realmente com um cabeceamento de Coates já nos descontos.

O Dortmund acabou o jogo com superioridade em praticamente todos os itens, mas principalmente no que mais importa: a concretização – e um índice de eficácia de remates enquadrados de 50% (três em seis tentativas, contra apenas um em sete do Sporting).

Melhor em Campo

Feddal já estava a ter o melhor rating ao intervalo e manteve a bitola no segundo tempo, com uma exibição que merecia outro desfecho a nível de resultado.

A uma assinalável eficácia de passe (91%, com 59 certos em 65 tentativas e 5 dos quais aproximativos), juntou cinco intercepções, 4 alívios e 2 bloqueios de remate/cruzamento, revelando-se absolutamente imperial no jogo aéreo: ganhou os dois duelos defensivos que travou e, dos três ofensivos que disputou, saiu vitorioso noutros dois, justificando em pleno o GoalPoint Rating de 6.9.

Destaques do Dortmund

Mats Hummels 6.3 – Cumpriu o jogo 70 na Champions (tantos quanto toda a equipa titular do Sporting…) e deixou bem patente o porquê desses números: às três acções defensivas no meio-campo adversário somou dois desarmes, três intercepções, seis alívios, dois bloqueios e ainda seis passes aproximativos.

Axel Witsel 6.2 – O antigo médio do Benfica continua no topo das suas faculdades e demonstrou-o tanto ao nível do passe (acertou 61 em 63, numa eficácia de incríveis 97%), como nas tarefas defensivas: 12 recuperações de posse, três acções defensivas no meio-campo contrário, outras tantas intercepções, um desarme e um bloqueio de remate.

Donyell Malen 5.7 – O homem que fez o resultado foi um dos maiores agitadores do encontro. Nem sempre bem-sucedido nas suas investidas (em quatro tentativas de drible só conseguiu um e foi apanhado três vezes em fora-de-jogo), acabou por se revelar 100% eficaz: um remate, um golo.

Destaques do Sporting

Coates 6.5 – Ficou muito perto de resgatar um ponto para os “leões” já nos descontos, num cabeceamento ao lado. Perfeito nos duelos aéreos defensivos (ganhou os três que travou), registou ainda duas intercepções e um bloqueio de remate e foi o rei dos alívios: oito!

Neto 6.2 – Exibição plena de sobriedade, como é seu timbre. Eficácia extrema no capítulo do passe (94%, fruto de 49 passes certos em 52), foi o jogador com mais intercepções da partida: seis. Somou ainda quatro alívios e três acções defensivas no meio-campo adversário.

Adán 5.5 – Duas defesas de enorme grau de dificuldade, uma das quais a um remate à queima-roupa, tornaram bastante positiva a exibição do guardião espanhol, que ainda resolveu também com sucesso uma saída pelo ar.

Matheus Reis 5.4 – Surgiu no lugar ocupado por Rúben Vinagre na (desastrosa) primeira ronda e deu conta do recado, contabilizando números positivos lá atrás (três intercepções, um bloqueio de remate e três de cruzamentos) e até arriscando um remate de fora da área.

Jovane 5.3 – Nos 18 minutos que esteve em campo destacou-se sobretudo na vertente defensiva, somando dois desarmes, uma intercepção e uma acção defensiva no meio-campo adversário.

João Palhinha 5.3 – A habitual regularidade e fiabilidade, ainda que aparentando menor fulgor em relação a outros jogos recentes. Foi o elemento em campo com mais desarmes (quatro), registando duas acções defensivas no meio-campo contrário e um remate. Curiosamente, foi o jogador do Sporting que mais faltas sofreu: três.

Tiago Tomás 5.3 – Aposta surpresa para o “onze” inicial, fez um remate e um passe para finalização, mas não se pode dizer que tenha estado muito inspirado – como atestam os quatro maus controlos de bola. Não estranhou a sua saída logo ao minuto 56.

Porro 5.3 – Fez um passe para finalização, mas esse foi um oásis no oceano de passes falhados durante o encontro: 18 em 36 tentativas (precisamente metade). Com quatro intercepções, recuperou também a posse em oito ocasiões… mas perdeu-a em 26.

Paulinho 5.2 – Dois remates, um dos quais enquadrado, e um passe valioso: este foi o contributo positivo do avançado para o jogo da sua equipa. Por outro lado, perdeu a posse da bola em 14 ocasiões, nalgumas das quais devido aos maus controlos (cinco).

Matheus Nunes 4.9 – Não foi o melhor jogo do “novo” médio português: até contabilizou oito recuperações de posse e três dribles bem-sucedidos em seis tentativas, mas perdeu a posse da bola em 15 ocasiões, deixando-se desarmar duas vezes, além do amarelo visto de forma injustificável ainda no primeiro tempo.

Sarabia 4.7 – O avançado internacional espanhol continua a parecer um corpo estranho nesta equipa. Apesar dos sete passes aproximativos (dois valiosos), nota-se sobremaneira a falta de entrosamento com os colegas que acaba por explicar alguns dos quatro desarmes que sofreu nos 72 minutos em campo – mas não justifica os cinco maus controlos de bola.

Resumo

1 Comment

  1. O Dortmund estáva cansado teve um jogo dificil na liga, teve menos um ou dois dias de descanso que o Sporting, jogou sem Aaland. O Sporting perdeu uma oportunidade rara de saír com um empate ou uma vitória em Dortmund. O futebol português é lento e os jogadores não gostam de correr. Continua tudo na mesma como a lesma.

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