Bombeiros não querem comida ou água: querem sócios

Em dias tão complicados, diversas populações não hesitaram em ajudar os bombeiros. E durante o resto do ano?

Os soldados da paz são os protagonistas da semana. Em dias tão complicados, com tantos e tão complexos incêndios, os bombeiros são decisivos.

Como seria de esperar, diversas populações, em diversos pontos do país, foram muito rápidos e generosos, ao oferecer alimentos ou produtos de saúde e higiene.

Muitas corporações receberam imensas doações – e até há quem tenha pedido para pararem de doar.

No entanto, e durante o resto do ano?

“Por agora os Bombeiros não precisam mais de bens. Precisam de novos voluntários, mas também de dinheiro! Para reparar viaturas, trocar pneus, repor equipamentos, substituir fardas, etc”.

O pedido é de Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar, e também bombeiro. Sugere donativos às corporações do seu concelho.

Pelas redes sociais, desde terça-feira começou a espalhar-se outra sugestão: ser sócio.

Para os bombeiros, os sócios continuam a ser necessários, “não só em termos da sustentabilidade da instituição, mas também no âmbito da cidadania ativa e participativa a que cada um de nós, cidadãos, somos chamados a exercer”, lê-se no site da Liga dos Bombeiros de Portugal.

Já hoje, quinta-feira, o jornal O Almerinense reforça essa ideia: os Bombeiros Voluntários de Almeirim dizem que não precisam de comida ou água, mas querem sim que as pessoas se tornem sócias.

Além de ajudar a corporação ao pagar a quota mensal, o sócio tem direito a alguns benefícios. Dependendo do contexto, costumam passar por desconto em transporte de ambulância e acessos a eventos com custo reduzido, entre diversas parcerias.

E, tal como no resto do país, o custo por pessoa é reduzido: desde apenas 1,5 euros por mês.

Como lamentou a comentadora Sara Antunes de Oliveira, na rádio Observador: “Via bombeiros junto a semáforos a pedir dinheiro… Aquilo sempre me fez muita impressão. É difícil, para mim, ver bombeiros naquela situação, a mendigar apoios no meio da rua“.