O Presidente brasileiro afirmou, esta quinta-feira, que o seu Governo irá publicar um parecer que desobriga o uso de máscaras para cidadãos já vacinados contra a covid-19 e para os que já estiveram infetados.
“Acabei de conversar com um tal de Queiroga – não sei se vocês sabem quem é –, o nosso ministro da Saúde. Ele vai ultimar um parecer visando a desobrigar o uso de máscara por parte daqueles que estejam vacinados ou que já foram contaminados. Para tirar esse símbolo, que obviamente tem a sua utilidade para quem está infetado”, declarou Jair Bolsonaro num evento no Palácio do Planalto, em Brasília, tendo sido aplaudido pela plateia.
Bolsonaro não explicou quando a norma será publicada, nem deu mais detalhes sobre o assunto.
O uso de máscara como medida contra a covid-19 já foi bastante criticado por Bolsonaro, que se opõe ainda ao isolamento social para controlar a disseminação do vírus.
No final de fevereiro, o Presidente brasileiro causou polémica ao dizer que as máscaras de prevenção contra a covid-19 causam “efeitos colaterais”, citando um estudo alemão, sem rigor científico e limitado a uma sondagem com ampla participação de negacionistas, para argumentar que as máscaras não são eficazes para conter a propagação do vírus.
Na ocasião, Bolsonaro, que é frequentemente visto em público e em aglomerações sem máscara, frisou que não daria mais detalhes sobre o estudo porque “tudo desagua em crítica em cima” do Presidente.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o “uso generalizado de máscaras” como parte de uma estratégia abrangente para suprimir a transmissão do novo coronavírus.
Já especialistas em saúde defendem que, mesmo após vacinados, os cidadãos necessitam de usar máscara e evitar aglomerações.
De acordo com dados recolhidos por um consórcio da imprensa brasileira, até quinta-feira, 11,11% da população brasileira tinha recebido a dosagem completa da imunização contra a doença e 24,93% apenas a primeira dose.
Neste momento, o Brasil totaliza 482.019 vítimas mortais e 17,2 milhões de casos de infeção, sendo um dos países mais afetados pela pandemia em todo o mundo e com especialistas a preverem uma terceira vaga da pandemia nas próximas semanas.
// Lusa
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