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Há boas notícias para os astronautas sobre a radiação espacial

NASA

Um estudo da Mortality Research & Consulting, uma consultora norte-americana, analisou a saúde de mais de 400 pessoas que estiveram no Espaço e concluiu que a exposição a radiações espaciais não aumenta a probabilidade de contraírem cancro ou doenças cardiovasculares.

O Espaço é um ambiente hostil e coloca os astronautas em contacto com altos níveis de radiação. Esta exposição pode aumentar as taxas de cancro e de doenças cardiovasculares em seres humanos.

Mas um novo estudo traz agora boas notícias: a radiação espacial não parece aumentar o risco de morte por cancro ou doença cardíaca, pelo menos não nas doses a que os astronautas são submetidos durante as missões espaciais. No entanto, missões longas podem sujeitar estes seres humanos a doses maiores de radiação que podem, consequentemente, representar maiores riscos para a sua saúde.

A verdade é que as viagens espaciais expõem o corpo a níveis altos de radiação ionizante, muito maiores do que aqueles a que estamos sujeitos aqui na Terra. Em altas doses, a radiação está ligada a cancro e a doenças cardíacas, assim como a uma série de outros problemas de saúde.

Estudos anteriores não encontraram ligações entre viagens espaciais e um aumento de risco de morte por cancro ou doenças cardíacas, mas esses estudos poderiam ter uma amostra demasiado pequena para se poder retirar uma conclusão credível, uma vez que, até hoje, muito poucas pessoas foram até ao Espaço.

A mais recente investigação analisou informações de 418 viajantes espaciais, entre eles 301 astronautas da NASA e 117 cosmonautas russos que viajaram até ao Espaço pelo menos uma vez desde 1961. Neste período de tempo, 89 dos participantes faleceram.

Entre os 53 astronautas da NASA, 30% morreram de cancro e 15% de doenças cardíacas; enquanto que entre os 36 cosmonautas russos, 50% morreu de doenças cardíacas e 28% de cancro.

Segundo o Space, os cientistas usaram uma técnica estatística especial para determinar se as mortes por cancro e doenças cardíacas tinham uma causa comum – neste caso, a radiação espacial, mas os resultados não apontaram nenhuma.

“Se a radiação ionizante está a afetar o risco de morte devido a cancro e doenças cardiovasculares, o efeito não é dramático“, escreveram os autores do artigo científico, publicado a 4 de julho na Scientific Reports. Apesar de ser uma boa notícia para os aventureiros do Espaço, a verdade é que o estudo não pode determinar se missões mais longas representariam riscos diferentes e mais sérios.

“É importante ressalvar que futuras missões espaciais poderão sujeitar os astronautas a doses muito maiores de radiação, o que levará a um perfil de risco diferente para futuros astronautas e cosmonautas”, concluíram os cientistas. Estudos futuros “devem continuar a vigiar os astronautas por potenciais efeitos nocivos da exposição à radiação espacial”.

ZAP //

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